Terça-feira, 01 de julho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 30 de agosto de 2022
Um empresário está sendo acusado de agredir e ameaçar mulheres em academia de ginástica de um shopping de luxo em São Paulo. Conforme testemunhas e um vídeo repercutido nesta semana pela imprensa, o homem iniciou discussão, empurrou e cuspiu em uma frequentadora do estabelecimento, após “mandar” que ela desocupasse um aparelho de ginástica.
Professores e demais clientes tentaram intervir. Acabaram ofendidos com palavrões e ameaçadas. Em seguida, o empresário – alterado e na companhia do filho – deixou o local.
Conforme a imprensa paulista, o protagonista do incidente é Thiago Antonio Brennand Tavares da Silva Fernandes Vieira, 42 anos. Ele tem contra si um currículo de processos judiciais quase tão extenso quando seu sobrenome. Pesam contra ele, ainda denúncias envolvendo outros ataques, além de assédio, injúria e dívidas de aluguel.
Ele nasceu e cresceu em Recife (PE) mas mora na capital paulista. Nas redes sociais, se apresenta como “Thiago Brennand”, família tradicional de Pernambuco.
Um 20 dos casos nos quais esteve envolvido foi alvo de sindicância na Faculdade de Direito da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), em 2013, por comportamento “desrespeitoso e agressivo em relação aos demais colegas e professores”.
Em março daquele ano, na sala de aula, Thiago pediu para se sentar perto da parede para ficar ao lado da tomada com um notebook e atrás de outra aluna. Quando o cabelo da jovem encostou acidentalmente na tela do aparelho, ele teria segurado o cabelo dela e jogado para a frente, de forma agressiva.
Em março daquele ano, a jovem se sentou longe dele, mas, em um determinando momento, Thiago teria pegado o material da universitária e o jogado em outra carteira. Durante uma nova confusão, ele teria mostrado fotos de armas para a classe, sendo uma delas com uma criança, que segurava uma suposta metralhadora.
Já em 2016, a funcionária de um restaurante de São Paulo registrou boletim de ocorrência e ingressou na Justiça contra Thiago por danos morais. Conforme o relato da vítima, ela recepcionava clientes quando Thiago entrou no local com a família, a abraçou e tocou as nádegas dela.
Interpelado pela mulher, começou a xingá-la na frente de outros clientes. O dono do local foi avisado. Foi pedida medida protetiva, e a entrada do empresário passou a ser proibida. O caso foi registrado na delegacia como injúria.
Em setembro de 2021, houve um acordo entre as partes como um “mal-entendido” na situação, sem dano moral nem indenização. Contudo, o empresário decidiu pagar R$ 10 mil à mulher, mas “sem reconhecimento de culpa”.
Em 15 de abril de 2020, a mãe do filho de Thiago foi até a delegacia de crimes contra crianças e adolescentes de Pernambuco. À polícia, ela contou que no início do ano havia sido procurada pelo jovem, que morava na Rússia com o pai àquela época, e contou que estava sendo “espancado” pelo empresário.
Quando o menino e o pai vieram ao Brasil, o garoto, então com 14 anos, disse para a mãe que estava sendo vítima de agressões físicas e torturas psicológicas. Ela teria mandado passagens aéreas e o jovem saiu de casa sem avisar Thiago.
À polícia, o menino relatou que desde os 2 anos morava com o pai e que apanhava desde os 4. Um cabo de celular, conforme o relato, se chamava “dozinha”. Quando o menino “fazia algo errado”, o pai dizia que pegaria a “dozinha” para bater nas mãos.
Em maio de 2022, o empresário foi interrogado em uma delegacia especializada e sustentou que a confusão com o filho começou quando proibiu o namoro do jovem com uma mulher que teria 22 anos. Quanto aos hematomas no garoto, alegou terem sido provocados pelo próprio adolescente para convencer a mãe.
O Ministério Público se manifestou em 29 de maio deste ano pelo arquivamento do caso por “não haver indícios de conduta dolosa ou culposa”. O inquérito foi arquivado em junho.
Mais ameaças
No ano passado, um funcionário da segurança de um clube paulista de hipismo processou o empresário nas esferas criminal e cível. Motivo: supostos de crimes de injúria e ameaça. Conforme os autos, o sócio se portava de forma agressiva e andava com uma suposta arma. O caso é alvo de inquérito policial em andamento.
Em 2013, foi a vez de uma ação de despejo por falta de pagamento em Santo Amaro (SP). Thiago alugou um apartamento e deixou de pagar IPTU e aluguel. Ao desocupar o imóvel, uma das paredes estava pichada com spray e faltavam móveis e eletrodomésticos deixados pelo proprietário. O caso está na segunda instância.