Por Redação do Jornal O Sul | 30 de dezembro de 2025
Empresas consultadas pelo Banco Central (BC) demonstram uma visão mais otimista sobre a inflação para este e o próximo ano, além de projetarem uma valorização do real frente ao dólar, de acordo com dados divulgados pela autoridade monetária na segunda-feira (22).
As informações fazem parte da nova edição da pesquisa Firmus, que reúne a percepção de empresas de fora do setor financeiro sobre seus negócios e sobre as principais variáveis macroeconômicas. Segundo o levantamento, a mediana das expectativas para a inflação em 2025 caiu de 5,0%, registrada na pesquisa de setembro, para 4,5%. Para 2026, a projeção passou de 4,5% para 4,2%, indicando uma percepção mais favorável em relação à evolução dos preços.
A pesquisa também aponta expectativas em relação à taxa de câmbio. A mediana das projeções para seis meses à frente indica uma valorização do real em relação ao dólar, com o câmbio esperado em R$ 5,50, ante R$ 5,60 projetados em setembro.
A Firmus realiza coletas trimestrais, e os dados divulgados nesta edição refletem a percepção apresentada entre os dias 10 e 28 de novembro por 240 empresas participantes.
Em relação à atividade econômica, segundo a mediana da pesquisa, o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano deve crescer 2,10%, ligeiramente acima do nível de 2,05% estimado na pesquisa de setembro. O resultado, porém, permanece abaixo da projeção mais recente da pesquisa Focus, que apontou alta de 2,26%, e também da previsão do próprio BC, que indica crescimento de 2,3%.
Para 2026, a expectativa das empresas consultadas aponta para um crescimento do PIB de 1,80%, abaixo do patamar de 1,90% projetado anteriormente. Apesar disso, a previsão ainda é mais otimista que a estimativa do Banco Central, de 1,6%, e equivalente à média apresentada na pesquisa Focus desta semana.
O BC destacou que “a percepção sobre a situação econômica atual apresentou melhora em relação às três rodadas anteriores, mas continua em patamar negativo” e que “o otimismo quanto ao desempenho relativo do setor de atuação da empresa permaneceu praticamente estável”.
O relatório ainda indica que houve aumento na parcela de empresas que pretende ajustar os preços de seus produtos acima da inflação, após três trimestres consecutivos de queda no indicador. Esse movimento sugere que, embora a expectativa inflacionária geral esteja mais baixa, algumas empresas avaliam a necessidade de repassar custos ou buscar ajustes de preços para manter margens de lucro ou equilibrar operações frente a variações de insumos e demanda.
No conjunto, os resultados da Firmus mostram uma percepção mais favorável sobre inflação e câmbio, mas mantêm sinais de cautela sobre a situação econômica geral, refletindo equilíbrio entre expectativas de melhora e riscos percebidos no cenário macroeconômico. (Com informações da CNN Brasil)
