Sexta-feira, 18 de julho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 18 de julho de 2025
Entidades e empresas norte-americanas avaliam a possibilidade de propor ao governo dos Estados Unidos uma lista de exceções à tarifa de 50% que o presidente Donald Trump ameaça impor ao Brasil. A ideia seria pedir que produtos naturais não existentes nos EUA pudessem ser importados com taxa inferior.
Uma das entidades à frente da avaliação é a National Coffee Association, principal associação cafeeira dos EUA. Segundo a CNN, a informação foi confirmada pelo diretor técnico do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), Eduardo Heron. A entidade mantém contato direto com empresas norte-americanas do setor em meio à crise.
O café seria o principal beneficiado pela lista de exceções, visto que quase a totalidade do produto consumido nos EUA é importado. O Brasil é o principal fornecedor do item ao país, sendo responsável por cerca de 35% (mais de um terço) dos grãos que os Estados Unidos compram do exterior.
Em um país onde 76% das pessoas consomem café, as taxas impactariam empresas e consumidores. Símbolo dos EUA, o Starbucks, por exemplo, tem o Brasil como fornecedor de cerca de 22% de seus grãos, terá aumento de custos e deve repassá-los nos preços dos produtos vendidos aos americanos.
Entre outros segmentos, seria beneficiado pela lista de exceções o setor de frutas. O principal exemplo é a manga: a produção interna nos EUA quase inexiste, e o Brasil é o terceiro maior fornecedor do item para o país (responsável por cerca de 8% das importações).
Outro exemplo é o cacau, que não é produzido em grande escala no território norte-americano e é um dos 10 itens que o agronegócio brasileiro mais exporta para o país. Entre 2020 e 2024, os Estados Unidos foram responsáveis, em média, por 18% do total das exportações de cacau do Brasil.