Quinta-feira, 31 de julho de 2025

Enchentes de 2024: sobra de arrecadação do pix bancará ecoparques no Vale do Taquari

Uma das iniciativas do governo gaúcho em socorro às vítimas das enchentes de maio de 2024, a arrecadação de recursos via pix terá seu saldo residual destinado ao Vale do Taquari, uma das regiões mais afetadas pela catástrofe climática. São quase R$ 2,8 milhões, que ajudarão a transformar terrenos devastados em ecoparques nos municípios de Muçum e Cruzeiro do Sul.

A medida foi assinada nessa terça-feira (29) na Casa Civil do Estado, em Porto Alegre, e servirá para bancar a prestação de serviços de arquitetura paisagística para os chamados “Parques Lineares Ecológicos”. Conforme o secretário-adjunto da pasta, Gustavo Paim, o repasse reforça o compromisso com a transparência e o uso responsável das doações:

“Os recursos doados por pessoas físicas e jurídicas do Rio Grande do Sul, do Brasil e de outros países, atenderam em um primeiro momento questões emergenciais, como auxílio financeiro imediato a quem se enquadrava nos critérios do programa [famílias e empresas]. Agora, uma parcela estará eternizada nessa obra que vai trazer vida onde antes houve tragédia”.

O documento formaliza a contratação da Embyá Paisagismo, Urbanismo e Arquitetura Ltda., empresa especializada em soluções baseadas na natureza e com reconhecida atuação em projetos voltados à sustentabilidade e resiliência urbana. Sua seleção pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano (Sedur) foi atribuída à maior capacidade técnica dentre outras firmas pesquisadas e ao compromisso de executar as atividades no menor prazo.

Geografia

Os “parques lineares” são assim chamados por seguirem o leito do rio Taquari. A proposta é recuperar ambientalmente e promover a requalificação de áreas afetadas pelas chuvas de setembro de 2023 e maio do ano passado.

De acordo com o projeto, os trabalhos começarão pela localidade de Passo de Estrela, em Cruzeiro do Sul, a fim de ali construir uma área ecológica de 249 mil metros-quadrados. Após a conclusão de estudo preliminar, será iniciada a etapa referente ao parque de Muçum, de 28 mil metros-quadrados. Essa etapa deve ser concluída até o fim do ano.

As estruturas serão desenhadas promovendo a recuperação de ecossistemas, o uso seguro do solo e a criação de espaços públicos de lazer e convivência para as comunidades atingidas. O conceito é de “paisagismo ecossistêmico”, com foco na resiliência urbana e ambiental, integrando aspectos de segurança hídrica, sustentabilidade e valorização cultural.

Ambos os parques exercerão, ainda, função estratégica em relação a impactos futuros, atuando como áreas de drenagem e amortecimento em futuros eventos climáticos extremos. “Também faz parte do plano a instalação de um memorial em homenagem às vítimas da catástrofe”, sublinhou o prefeito de Cruzeiro do Sul, Cesar Leandro Marmitt.

O titular da Sedur, Marcelo Caumo, também se manifestou: “A construção desses parques é importante não só para as duas cidades, mas para todo o Vale do Taquari. Nunca esqueceremos as dores e cicatrizes depois de tudo que aconteceu, mas a proposta possibilita enxergar aqueles espaços com outro olhar, mais esperançoso”.

Campanha do pix

Ao todo, a campanha de arrecadação pelo sistema pix passou de R$ 142 milhões. O montante viabilizou repasses diretos de auxílio financeiro a famílias atingidas, compra de cobertores para abrigos, apoio a espaços culturais que deram suporte à população e a destinação de recursos ao programa “MEI-RS Calamidades”.

Capitaneada pelo governo gaúcho, a campanhagarantiu um canal seguro para a população fazer doações em dinheiro. São recursos privados e que não integram o caixa estadual: seu depósito se deu em conta administrada pelo Comitê Gestor (colegiado com representantes de instituições públicas e privadas), em nome da Associação dos Bancos do Rio Grande do Sul.

O estatuto da entidade não permite o repasse de valores para contratação desse tipo de serviço. Assim, foi necessária a participação de outra instituiçãlo para efetuar o pagamento à empresa de arquitetura – incumbência agora da Federação Varejista do Rio Grande do Sul, mediante parcelas conforme a entrega e aprovação de cada etapa.

(Marcello Campos)

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