Sexta-feira, 29 de março de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 18 de novembro de 2021
Enxaqueca não é tudo igual. Especialistas explicam que a doença, que atinge 1 bilhão de pessoas no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), se manifesta em quatro fases diferentes: Pródromo, aura, dor e pósdromo.
Apesar de muita gente confundir a enxaqueca com dor de cabeça, elas são diferentes. Dor de cabeça é o nome genérico dado a toda e qualquer cefaleia. Desse modo, a enxaqueca é um tipo de dor de cabeça, mas não o único.
“O que muitas pessoas não sabem é que a enxaqueca não é uma doença que se resume apenas a fase de dor. A enxaqueca é uma doença que é composta, basicamente, de quatro fases Pródromo, aura, dor e pósdromo”, explica a neurologista Aline Turbino.
Pródromo
Pródromo são as alterações cerebrais que antecedem a fase de dor e nem sempre são perceptíveis. Elas podem durar de 24 a 72 horas.
“Geralmente, esses pacientes podem ter bocejos, aumento de diurese, sensação de fadiga, craving (vontade de comer alimentos específicos), alterações na qualidade do sono e até mesmo irritabilidade”, explica Turbino.
Aura
Aura é caracterizada pela presença de pontos brilhantes ou pretos na visão e a sensação de formigamentos na palma das mãos ou na boca. Essa fase pode durar de 5 a 60 minutos.
“Apenas um terço dos pacientes com enxaqueca experimentam aura, sendo seu sintoma mais comum as alterações na visão ”, afirma Turbino.
Dor
A terceira fase da enxaqueca é a da dor, que é caracterizada por uma dor latejante e unilateral, ou seja, presente apenas de um dos lados da cabeça.
“A dor pode ou não vir acompanhada dos sintomas clássicos da enxaqueca, como náuseas, vômitos e intolerância à luz, ruídos e odores”, explica Turbino.
Segundo a especialista, os sintomas descritos acima podem se manifestar individualmente e não, necessariamente, todos de uma mesma vez.
A duração da dor varia de caso a caso. O usual é que dure de 4 a 72 horas, mas há indivíduos que podem sentir dor por dias seguidos, como é o caso de pessoas que sofrem de enxaqueca crônica. Caso o paciente sinta dor por mais de quatro dias consecutivos, o recomendado é buscar ajuda com um especialista.
Pósdromo
Após terminado o período de dor, o paciente entra na quarta fase da enxaqueca: o pósdromo. De acordo com a especialista, nesta fase os pacientes costumam relatar uma sensação semelhante à ressaca. “Isso acontece porque a dor já cessou, mas as alterações no cérebro podem durar de 24 a 48 horas”, explica Turbino.
Os sintomas mais frequentes são mialgia (dor muscular), fraqueza, sonolência, dificuldade de concentração e confusão mental.
Tratamento
“A enxaqueca tem controle. Como doença genética, ainda não sabemos a cura, mas temos tratamentos preventivos altamente eficazes em que é possível você cortar a dor da enxaqueca sem que ela manifeste crises fortes de dor de cabeça”, explica o neurologista Henrique Carneiro.
De acordo com Carneiro, o paciente deve procurar auxílio de um especialista para identificar qual o melhor tratamento para o seu caso e, principalmente, evitar o uso abusivo de analgésicos, que podem agravar ainda mais o problema.
“Tomar quatro ou cinco comprimidos de analgésicos por semana já configura abuso de analgésicos e fará com que o efeito do medicamento não seja o mesmo”, explica o neurologista Antonio Cezar Galvão, especialista no assunto e chefe do ambulatório de enxaqueca do Hospital das Clínicas de São Paulo (HC).
De acordo com Turbino, para se evitar o abuso de analgésicos, os pacientes podem buscar alívio nos tratamentos não-medicamentos, que também são muito eficientes.
“Existe uma série de tratamentos não medicamentos como apoio nutricional, comer bem e evitar longos períodos de jejuns, praticar atividade física, dormir bem e terapias como, mindfulness e ioga, são extremamente interessantes”, afirma Turbino.