Sexta-feira, 06 de junho de 2025

Entenda os 7 recados de Lula durante a entrevista no Palácio do Planalto

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou a entrevista à imprensa concedida nessa terça-feira (3) no Palácio do Planalto para passar recados. Fez sinalizações à cúpula do Congresso no caso do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), defendeu o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e tentou desvincular a sua gestão das fraudes no INSS.

— Confira os recados de Lula na entrevista:

* Aceno ao Congresso na crise do IOF

Lula defendeu que os líderes devem ser ouvidos antes das propostas mandadas pelo governo. O decreto que aumentou o IOF foi contestado pelo Congresso e virou alvo de negociações.

“Se aparecer alguém com uma ideia melhor, vamos discutir. Essa discussão que acho que temos que fazer é porque nós precisamos dar o voto e crédito aos nossos líderes. Ninguém pode ser líder do governo e o governo mandar alguma coisa para lá sem conversar com eles. É uma prática política que temos que aprender. Todas as vezes que tomamos atitude sem conversar com as pessoas, a gente pode cometer erros.”

* Defesa de Haddad

Apesar de ter defendido a necessidade de o governo dialogar com o Congresso antes dos anúncios, Lula disse considerar que Haddad não errou no episódio do IOF. Segundo ele, o ministro agiu “no afã de dar uma resposta logo à sociedade”.

“Não acho que houve erro, em nenhum momento o Haddad teve problema de rediscutir o assunto.”

* INSS: culpa da gestão anterior

O presidente insistiu, como têm feito integrantes do governo, que as fraudes descobertas no INSS são uma herança da gestão do antecessor, Jair Bolsonaro, e elogiou a atuação da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU) no caso.

“Todo mundo sabe que isso é um erro feito no governo passado, possivelmente propositadamente. A gente não está ainda denunciando muito fortemente porque temos que apurar e sou contra fazer denúncia contra alguém se não tem prova.”

Em seguida, o presidente falou sobre afrouxamento de regras de desconto no governo anterior:

“Houve um erro, porque houve um afrouxamento no governo passado das regras. Ou seja, começou as pessoas a mandarem nomes sem nenhuma fiscalização, sem nenhum critério. Isso acabou, definitivamente acabou.”

* Juros altos

Lula defendeu o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, indicado por ele para o cargo, mas afirmou esperar uma queda dos juros. A Taxa Selic está em 14,75% ao ano, maior patamar desde 2006.

“Você acha que não critico os juros porque é o Galípolo que está lá? Não é isso, gente. O que está acontecendo já estava precificado. A gente já sabia que ia acontecer. Temos consciência que a inflação está controlada e começou a cair o preço dos alimentos. E acho que logo, logo, o BC vai tomar a atitude correta de abaixar os juros. Os juros estão muito altos, e mesmo estando altos a economia continua a crescer.”

* Panos quentes na briga de Marina

O presidente tentou colocar panos quentes na briga entre a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e o Senado, que aprovou semanas atrás um projeto que facilita o licenciamento ambiental. Disse que a demora para a concessão de licenças é normal:

“Obviamente, nós sabemos que muitas vezes a morosidade do Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis] não é nem má-fé, muitas vezes é a falta de especialistas e a exigência da capacitação técnica que eles precisam para fazer as coisas”, afirmou. “Se o Ibama der autorização precipitada, quem vai para cima deles é o Ministério Público.”

O presidente saiu em defesa da ministra na sequência:

“A companheira Marina Silva é da mais extraordinária lealdade ao governo. É uma companheira que tenho 100% de confiança, que tenho certeza que tem 100% de confiança em mim. Tudo que ela faz, ela se propõe a discutir comigo. Quando terminou as agressões a ela no Senado, recebi um vídeo e dei parabéns a ela por ter se retirado.”

* Resposta aos Estados Unidos

O presidente manteve o tom duro sobre a possibilidade de os Estados Unidos imporem sanções ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

“Não é correto dar palpite. Eu já tive meu passaporte suspenso para os Estados Unidos. Os Estados Unidos têm que entender que respeito à integridade de outros países é muito importante. Nenhum país pode ficar se intrometendo na vida do outro, querendo punir o outro país. Isso não tem cabimento.”

* Regulação das redes

Lula mais uma vez defendeu a regulamentação das redes sociais e atacou a gestão do presidente Jair Bolsonaro novamente:

“Você tem uma sociedade muito séria sendo minada por pessoas que quando governaram criaram uma coisa chamada de gabinete do ódio. Agora, depois de estar se fazendo Justiça neste país, dando a eles o direito de defesa que poucas pessoas tiveram neste país, eles acham que estamos tirando a liberdade de expressão. Nós estamos tirando a liberdade de contar safadeza neste país, de desrespeitar a democracia neste país.” (Com informações do jornal O Globo)

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Entenda os 7 recados de Lula durante a entrevista no Palácio do Planalto

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou a entrevista à imprensa concedida nessa terça-feira (3) no Palácio do Planalto para passar recados. Fez sinalizações à cúpula do Congresso no caso do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), defendeu o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e tentou desvincular a sua gestão das fraudes no INSS.

— Confira os recados de Lula na entrevista:

* Aceno ao Congresso na crise do IOF

Lula defendeu que os líderes devem ser ouvidos antes das propostas mandadas pelo governo. O decreto que aumentou o IOF foi contestado pelo Congresso e virou alvo de negociações.

“Se aparecer alguém com uma ideia melhor, vamos discutir. Essa discussão que acho que temos que fazer é porque nós precisamos dar o voto e crédito aos nossos líderes. Ninguém pode ser líder do governo e o governo mandar alguma coisa para lá sem conversar com eles. É uma prática política que temos que aprender. Todas as vezes que tomamos atitude sem conversar com as pessoas, a gente pode cometer erros.”

* Defesa de Haddad

Apesar de ter defendido a necessidade de o governo dialogar com o Congresso antes dos anúncios, Lula disse considerar que Haddad não errou no episódio do IOF. Segundo ele, o ministro agiu “no afã de dar uma resposta logo à sociedade”.

“Não acho que houve erro, em nenhum momento o Haddad teve problema de rediscutir o assunto.”

* INSS: culpa da gestão anterior

O presidente insistiu, como têm feito integrantes do governo, que as fraudes descobertas no INSS são uma herança da gestão do antecessor, Jair Bolsonaro, e elogiou a atuação da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU) no caso.

“Todo mundo sabe que isso é um erro feito no governo passado, possivelmente propositadamente. A gente não está ainda denunciando muito fortemente porque temos que apurar e sou contra fazer denúncia contra alguém se não tem prova.”

Em seguida, o presidente falou sobre afrouxamento de regras de desconto no governo anterior:

“Houve um erro, porque houve um afrouxamento no governo passado das regras. Ou seja, começou as pessoas a mandarem nomes sem nenhuma fiscalização, sem nenhum critério. Isso acabou, definitivamente acabou.”

* Juros altos

Lula defendeu o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, indicado por ele para o cargo, mas afirmou esperar uma queda dos juros. A Taxa Selic está em 14,75% ao ano, maior patamar desde 2006.

“Você acha que não critico os juros porque é o Galípolo que está lá? Não é isso, gente. O que está acontecendo já estava precificado. A gente já sabia que ia acontecer. Temos consciência que a inflação está controlada e começou a cair o preço dos alimentos. E acho que logo, logo, o BC vai tomar a atitude correta de abaixar os juros. Os juros estão muito altos, e mesmo estando altos a economia continua a crescer.”

* Panos quentes na briga de Marina

O presidente tentou colocar panos quentes na briga entre a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e o Senado, que aprovou semanas atrás um projeto que facilita o licenciamento ambiental. Disse que a demora para a concessão de licenças é normal:

“Obviamente, nós sabemos que muitas vezes a morosidade do Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis] não é nem má-fé, muitas vezes é a falta de especialistas e a exigência da capacitação técnica que eles precisam para fazer as coisas”, afirmou. “Se o Ibama der autorização precipitada, quem vai para cima deles é o Ministério Público.”

O presidente saiu em defesa da ministra na sequência:

“A companheira Marina Silva é da mais extraordinária lealdade ao governo. É uma companheira que tenho 100% de confiança, que tenho certeza que tem 100% de confiança em mim. Tudo que ela faz, ela se propõe a discutir comigo. Quando terminou as agressões a ela no Senado, recebi um vídeo e dei parabéns a ela por ter se retirado.”

* Resposta aos Estados Unidos

O presidente manteve o tom duro sobre a possibilidade de os Estados Unidos imporem sanções ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

“Não é correto dar palpite. Eu já tive meu passaporte suspenso para os Estados Unidos. Os Estados Unidos têm que entender que respeito à integridade de outros países é muito importante. Nenhum país pode ficar se intrometendo na vida do outro, querendo punir o outro país. Isso não tem cabimento.”

* Regulação das redes

Lula mais uma vez defendeu a regulamentação das redes sociais e atacou a gestão do presidente Jair Bolsonaro novamente:

“Você tem uma sociedade muito séria sendo minada por pessoas que quando governaram criaram uma coisa chamada de gabinete do ódio. Agora, depois de estar se fazendo Justiça neste país, dando a eles o direito de defesa que poucas pessoas tiveram neste país, eles acham que estamos tirando a liberdade de expressão. Nós estamos tirando a liberdade de contar safadeza neste país, de desrespeitar a democracia neste país.” (Com informações do jornal O Globo)

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