Domingo, 20 de julho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 20 de julho de 2025
O Brics, grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul e outros países emergentes, demonstra limitada capacidade de reação frente à ameaça do presidente americano Donald Trump de impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros.
Apesar da solidariedade expressa por países como Rússia e China, o grupo não possui mecanismos efetivos para retaliar tal medida. A principal demanda que une os membros do Brics é a busca por mudanças no sistema de governança global. No entanto, quando se trata de questões comerciais específicas, o grupo apresenta divergências significativas e não opera como um bloco comercial integrado.
Cenário de negociações comerciais
Diversos países do Brics já avançaram em negociações individuais com os Estados Unidos. A Indonésia concluiu um acordo, enquanto China e Índia estão em estágios avançados de negociação. O Brasil, por sua vez, não registrou progressos significativos nas tratativas.
As negociações comerciais tradicionalmente demandam tempo considerável para serem concluídas. A proposta de Trump de fechar mais de 200 acordos comerciais em um curto período tem sido recebida com ceticismo por especialistas do setor, que consideram o prazo irrealista.
O atual cenário é agravado pela paralisia da OMC (Organização Mundial do Comércio), que anteriormente regulava as normas do comércio internacional.
Os tribunais internos da organização, responsáveis por julgar demandas comerciais, encontram-se inoperantes devido ao veto americano à nomeação de novos juízes. Especialistas apontam que relações comerciais bem-sucedidas não dependem necessariamente de alinhamento geopolítico.
Diversos países mantêm robustas relações comerciais mesmo quando divergem em questões políticas, como exemplificado pelas relações comerciais entre Estados Unidos e China, ou entre União Europeia e Rússia.