Quinta-feira, 03 de julho de 2025

Entenda por que Alexandre de Moraes soltou o presidente do partido de Bolsonaro

No  sábado (10), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes concedeu liberdade provisória ao presidente do PL, Valdemar Costa Neto. O político foi preso na última quinta-feira (8), quando a Polícia Federal (PF) encontrou uma arma de fogo com posse irregular em sua casa durante buscas da Operação Tempus Veritatis. Os agentes federais encontraram também uma pepita de ouro que, segundo a primeira perícia da PF, tem origem em garimpo.

Na sexta-feira (9), o dirigente passou por audiência de custódia na Superintendência Regional da Polícia Federal, no Distrito Federal.

“Algumas circunstâncias específicas devem ser analisadas, uma vez que o investigado é idoso, tendo 74 anos, e não teria cometido os crimes com violência ou grave ameaça, tendo sido os objetos encontrados dentro de sua residência, no momento do cumprimento de mandado de busca e apreensão”, justificou o ministro do Supremo Alexandre de Moraes.

A defesa de Costa Neto afirmou que a posse de pedra “não configura delito, segundo a própria jurisprudência”. Além disso, em nota, também apontou que a arma é registrada, tem uso permitido, pertence a um parente próximo e foi esquecida há vários anos no apartamento dele.

Ao analisar as suspeitas levantadas pela PF, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, informou haver indícios da participação de Valdemar no “sistema delituoso que se apura”. O inquérito em tramitação no Supremo apura os possíveis crimes de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito.

Na decisão que autorizou quatro prisões preventivas contra outros alvos, o ministro do STF Alexandre de Moraes afirmou que Valdemar é tido pela PF como o “principal fiador” dos questionamentos sobre as urnas eletrônicas. O ministro determina ainda que o cacique partidário fique proibido de manter contato com Bolsonaro e com o ex-candidato a vice-presidente pelo PL general Walter Braga Netto.

Valdemar entrou na mira da PF porque, segundo os investigadores, usou dinheiro do Partido Liberal para reforçar a falsa narrativa de fraude nas urnas e, com isso, tentar legitimar as manifestações de bolsonaristas que começavam a se espalhar próximo a instalações das Forças Armadas, após o segundo turno das eleições de 2022. Segundo a PF, o partido foi “instrumentalizado”.

O ponto alto da estratégia foi a ação movida pelo partido no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para tentar anular os votos de 279,3 mil urnas eletrônicas alegando que houve “mau funcionamento” do sistema. O partido foi multado por “má-fé”.

Após o segundo turno, o PL pediu uma “verificação extraordinária” das urnas usadas na eleição. O partido afirmou, sem provas, que houve “quebra de confiabilidade dos dados extraídos” de parte dos aparelhos.

 

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