Sábado, 27 de julho de 2024

Entenda por que algumas praias de Santa Catarina ficaram totalmente impróprias para banho neste verão

Algumas das praias mais procuradas em Santa Catarina encaram um desafio em relação à qualidade da água do mar nesta alta temporada de verão. A Praia Central de Balneário Camboriú, no Litoral Norte, está desde 30 de novembro do ano passado totalmente imprópria para o banho, segundo análise do Instituto do Meio Ambiente do estado (IMA).

Em Canasvieiras, uma das praias mais movimentadas de Florianópolis, as análises apontam que o mar deve ser evitado pelos banhistas. Desde 26 de dezembro, todos os oito pontos examinados estão impróprios.

Também na capital, em Ingleses, apenas um local um local, em frente à Rua Morro das Feiticeiras, está com mar próprio para banhistas desde o Natal. O IMA analisa sete pontos em Ingleses, no total.

A situação melhorou um pouco em Itapema, no Litoral Norte, que agora tem metade dois oito pontos analisados próprios para banho. Mas a praia ficou de 19 de dezembro a 16 de janeiro totalmente imprópria.

Além disso, praias como Bombas e Bombinhas e a Praia Brava em Itajaí, todas no Litoral Norte, tiveram pontos impróprios.

O cenário neste mês é o pior dos últimos cinco anos em algumas praias. Na de Balneário Camboriú, não houve em janeiro dos anos anteriores um momento em que todos os pontos estivessem impróprios para banho ao mesmo tempo, segundo os relatórios do IMA. Em 2023, o resultado mais recente sobre a balneabilidade da Praia Central é do dia 23. Todos as análises de janeiro apontaram todos os pontos impróprios.

Em Canasvieiras, também não houve, nos últimos cincos anos, momentos em janeiro com todos os pontos impróprios ao mesmo tempo. Em 2019, inclusive, janeiro foi muito positivo, com todos os locais analisados próprios para banho nas cinco semanas em que houve coleta no mês, com uma única exceção. Em 2021, quase todos os exames também foram positivos no primeiro mês do ano, mas é preciso considerar que aquela temporada ocorreu em um momento mais crítico da pandemia da covid, e havia menos banhistas.

Para explicar os fatores que mais influenciam na balneabilidade, e o que aconteceu de particular neste verão, o g1 ouviu especialistas, e também as prefeituras de cidades com algumas das praias mais procuradas.

Chuva acima da média

Um dos principais fatores que afetaram a balneabilidade das praias neste verão foi a forte chuva que atingiu o estado em dezembro. De acordo com a Defesa Civil, na Grande Florianópolis e no Litoral Norte, choveu próximo de 400 milímetros em dezembro, sendo que a média do mês é de 200 milímetros.

Com isso, o estado registrou estragos. Houve alagamentos, deslizamentos, danos em estradas e residências e sete mortes.

No caso da balneabilidade, o alto volume lavou galerias, submergiu redes coletoras de esgoto e foi além da capacidade das estações de tratamento, explicou Marlon Daniel da Silva, responsável técnico que atua na Gerência de Laboratório e Medições Ambientais do IMA. “Foi um caos total que refletiu lá na ponta, no mar”, resumiu.

No final do mês, também houve muita chuva e isso refletiu na balneabilidade. O começo do ano foi de muitos pontos impróprios para banho no litoral catarinense.

O Norte da Ilha, onde estão algumas das praias mais procuradas de Florianópolis, teve o pior começo de verão dos últimos 21 anos. Jurerê, Canasvieiras e Ingleses estavam com todos, ou com a maioria dos pontos impróprios para banho.

No Litoral Norte, a praia alargada de Balneário Camboriú também tinha os 10 locais analisados pelo IMA impróprios para o mergulho no mar. Situação semelhante ocorreu com praias de outros municípios da região, como Itapema, Bombinhas e Porto Belo.

Contaminação

O volume das chuvas diminuiu em janeiro. Mesmo assim, pontos seguiram totalmente impróprios para banho. Nesses casos, a contaminação fecal é um dos fatores.

“Tem outros balneários que, embora tendo havido a situação chuva diminuído, ainda continua na impropriedade. Então existe algum aporte via rio, via tubulação, via riacho que está vindo alguma contaminação de algum lugar e não está havendo controle disso”, afirmou Marlon.

“Por falta de saneamento, por problemas na rede coletora, por clandestinidade, porque vem por um rio do município vizinho, alguma situação está trazendo essa contaminação fecal à praia”, completou.

Para evitar esse tipo de poluição, o saneamento básico ajuda bastante, segundo ele. O responsável técnico explicou que, mesmo que o município tenha ampla cobertura de esgoto, isso nem sempre se traduz em evitar a contaminação.

“Todos os munícipes, todas as unidades consumidoras estão devidamente ligadas à rede? Essa rede é eficiente? Essa rede realmente leva esse esgoto para uma estação de tratamento, que realmente trata o esgoto? Tem uma eficiência?”, questionou.

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