Quinta-feira, 05 de junho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 3 de junho de 2025
O Center for World University Rankings (CWUR) divulgou nessa segunda-feira (2) a nova edição da lista das 2 mil melhores universidades do mundo. Em comparação com o levantamento de 2024, o Brasil apresenta uma redução no número de instituições listadas, e a maioria das universidades brasileiras que permaneceram no ranking perderam posições.
Para compor o ranking, o CWUR avaliou 21.462 universidades ao redor do mundo com base em quatro critérios principais: Qualidade do Ensino, Empregabilidade dos Egressos, Qualidade do Corpo Docente e Pesquisa Científica. Esses pilares formam o alicerce da metodologia adotada pela consultoria internacional, reconhecida por sua abordagem independente e sem uso de pesquisas de opinião.
Neste ano, o Brasil conta com 53 universidades incluídas no ranking global, uma a menos do que as 54 presentes na edição anterior. Das 53 instituições listadas em 2025, apenas sete melhoraram de posição, enquanto 46 apresentaram queda no desempenho. Em 2024, o cenário era menos negativo: 21 universidades subiram de colocação, duas mantiveram a mesma posição, e 31 registraram queda.
A Universidade de São Paulo (USP) continua sendo destaque, sendo mais uma vez reconhecida como a melhor instituição de ensino superior do Brasil e de toda a América Latina e Caribe. No entanto, no ranking global, a USP caiu da 117ª posição em 2024 para a 118ª em 2025. Segundo os dados do CWUR, a universidade apresentou declínio em todos os pilares avaliados, indicando um desempenho global menos competitivo neste ano.
De acordo com o CWUR, “o principal fator para o declínio das universidades brasileiras é o desempenho em pesquisa, em meio à intensificação da competição global com instituições bem financiadas”. Dos quatro pilares analisados, a pesquisa científica foi a área com pior desempenho: apenas quatro instituições brasileiras melhoraram nesse quesito, quatro mantiveram a mesma colocação, e 44 pioraram.
Outro fator apontado pela organização para justificar o recuo das universidades brasileiras foi o “apoio financeiro limitado do governo”, como destacou Nadim Mahassen, presidente do CWUR. Ele observou que o Brasil contrasta com outros países que tratam a educação e a ciência como áreas estratégicas de investimento.
Mahassen alerta ainda que, apesar de o Brasil continuar com boa representação na pesquisa, o cenário atual inspira preocupação. “Sem um financiamento mais robusto e planejamento estratégico, o Brasil corre o risco de ficar ainda mais para trás no cenário acadêmico global, que evolui rapidamente”, conclui o presidente do CWUR. (As informações são do Valor Econômico)