Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 24 de outubro de 2021
A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) desmentiu a fala do presidente Jair Bolsonaro, que relacionou as vacinas contra covid-19 ao vírus da imunodeficiência humana (HIV), e repudiou “toda e qualquer notícia falsa que circule e faça menção a esta associação inexistente”.
Em sua live semanal na última quinta-feira, Bolsonaro leu uma suposta notícia de que relatórios oficiais do governo do Reino Unido sugerem que as pessoas completamente imunizadas estão desenvolvendo a síndrome de imunodeficiência adquirida “muito mais rápido que o previsto”. A afirmação do presidente ocorreu um dia após a leitura do relatório final da CPI da Covid, que pediu seu indiciamento por nove crimes em função de sua conduta durante a pandemia.
Em nota, o Comitê de HIV/aids da SBI disse que “não se conhece nenhuma relação entre qualquer vacina contra o coronavírus e o desenvolvimento de síndrome da imunodeficiência adquirida”. Esclareceu ainda que pessoas que vivem com HIV/Aids devem ser completamente vacinadas contra o coronavírus.
“Destacamos inclusive a liberação da dose de reforço (terceira dose) para todos que receberam a segunda dose há mais de 28 dias”, diz o texto, endossado pela Associação Médica Brasileira (AMB). “Repudiamos toda e qualquer notícia falsa que circule e faça menção a esta associação inexistente”, completa.
Na live, Bolsonaro afirma que dará uma notícia grave enquanto pega uma espécie de jornal. Ele diz que não fará comentários a respeito, mas cita que já falou do assunto no passado.
“Relatórios oficiais do governo do Reino Unido sugerem que os totalmente vacinados – aqueles com 15 dias após a segunda dose – estão desenvolvendo a Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (aids) muito mais rápido que o previsto. Recomendo que leiam a matéria. Não vou ler aqui porque posso ter problemas”, disse o presidente.
Após a fala, políticos e especialistas reagiram nas redes sociais e destacaram que a informação era mentirosa. No relatório final, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) incluiu a disseminação de notícias falsas e desinformação sobre a pandemia no País entre os fatores responsáveis pelos óbitos decorrentes da covid-19.