Segunda-feira, 07 de julho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 27 de novembro de 2022
A equipe do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), abriu diálogo com o atual presidente da bancada ruralista, Sergio Souza (MDB-PR), e com o futuro presidente, Pedro Lupion (PP-PR) em um movimento de aproximação. Uma das frentes de discussão é incluir demandas do setor no espaço orçamentário que poderá ser aberto com a PEC da Transição. A bancada ruralista conta com 280 membros.
O presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Arthur Maia (União-BA), que faz parte da Frente Parlamentar da Agropecuária, indicou a José Guimarães (PT-CE) que pode ajudar. Ele chegou a se oferecer para promover um jantar e reunir ex-adversários. Aliados de Lula consideram que a bancada do agronegócio, que aderiu a Jair Bolsonaro, ainda vai demorar até aceitar uma reunião com o presidente eleito.
O deputado federal Neri Geller (PP-MT), que faz parte do grupo de trabalho na transição e é um dos cotados para assumir o Ministério da Agricultura no novo governo, reconhece que parte do agro permanece ligada ao bolsonarismo. “[O cenário deve mudar] quando a gente sentar na mesa e mostrar que o que Lula e o governo PT fizeram pela agricultura é infinitamente maior do que o presidente Bolsonaro”, completou.
Encontro
A Frente Parlamentar da Agropecuária realizou recentemente um encontro com lideranças do setor, onde surgiram críticas ao presidente eleito, sinalizando que o grupo fará oposição ao futuro governo petista.
“O cenário de 2023 é um tanto nebuloso. O governo que está para assumir não é nada simpático ao agronegócio, vê o agro de maneira equivocada”, disse o senador Zequinha Marinho (PL-PA), vice-presidente da FPA.
Em seu discurso, o presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária Brasileira (CNA), João Martins, afirmou que o agronegócio não pode se tornar um “campo de batalhas de ideias já mortas e sepultadas em todo o mundo”.
Martins ainda disse que a produção do agro não merece ser “sobrecarregada por vícios institucionais” e que, com a eleição de Lula, o “fantasma das invasões de terra, tratadas com benevolência por autoridades públicas, aparece novamente no horizonte”.
Insatisfeitos com a vitória de Lula, empresas do setor têm investido dinheiro em atos antidemocráticos pelo país que pedem uma intervenção das Forças Armadas para evitar a posse do petista, sob a alegação, sem provas, de que houve fraude no pleito.
O encontro promovido pela FPA contou com a presença dos ministros das Relações Exteriores, Carlos França, e da Agricultura, Marcos Montes, além do presidente da Câmara, Arthur Lira.
Grupo diverso
O grupo de trabalho para tratar sobre Agricultura, Pecuária e Abastecimento durante a transição de governo conta com representantes da bancada ruralista do Congresso Nacional. Entre eles, está o deputado federal Neri Geller (PP-MT), um dos cotados para assumir o Ministério da Agricultura no novo governo, a partir de janeiro. Ele já comandou a pasta entre 2014 e 2015, no governo Dilma Rousseff.
Outro cotado para assumir a pasta no novo governo Lula, o senador Carlos Favaro (PSD-MT) também está no grupo de trabalho, assim como a senadora Kátia Abreu (PP-TO), que está em fim de mandato no Congresso. Aliada da ex-presidente Dilma Rousseff, ela comandou o Ministério da Agricultura de janeiro de 2015 a maio de 2016.