Sexta-feira, 19 de abril de 2024

Espertalhões usam aplicativos de relacionamentos para atrair vítimas e obter vantagem financeira

Fotos em lugares bacanas, carros, motos, viagens, festas, aparência atraente, bichinhos, família e match! O papo começa animado pelo aplicativo – ou por um perfil em rede social – e, diante das aparentes afinidades, a troca de números de telefone é rápida, embora não seja recomendada pelo Tinder, o principal aplicativo de relacionamentos do mundo. Pronto: está lançada a isca para quem paquera pela internet. No entanto, o que parece ser a pessoa dos sonhos pode esconder um espertalhão atrás de dinheiro que forja um perfil “perfeito” para atrair suas vítimas, como no documentário do Netflix “O golpista do Tinder”.

O relacionamento sai do virtual, cai no real, e logo surgem pedidos de ajuda financeira, que levam a vítima ao endividamento. Para não cair numa armadilha amorosa, um especialista em segurança na internet adverte: não acredite em tudo o que lê ou em todos que encontra de forma virtual.

“Uma coisa é clara: fraude de namoro é um grande negócio. Está em oitavo lugar na lista dos tipos de crimes cibernéticos mais relatados nos Estados Unidos. Em 2021, os golpes de romance ficaram em segundo lugar em perdas, permitindo que os golpistas arrecadassem mais de US$ 600 milhões, um valor que ultrapassou os US$ 500 milhões de 2020”, diz Camilo Gutiérrez Amaya, chefe do Laboratório de Pesquisa Eset América Latina, empresa de segurança cibernética.

O especialista avalia que, felizmente, muitos desses golpes seguem um padrão semelhante. Portanto, é possível identificar os sinais de que a vítima está lidando com um aproveitador. Além de dinheiro, diz Amaya, os golpistas costumam pedir cartões-presente ou cartões pré-pagos com um quantia creditada. Sugerem até a abertura de conta bancária.

“Se a vítima se recusar, o golpista continuará tentando até que ela ceda, possivelmente usando desculpas cada vez mais elaboradas para explicar por que precisa do dinheiro”, diz.

A Eset recomenda se antecipar a essa situação e pesquisar sobre qualquer pessoa que você conheça pela internet. Embora não pareça romântico, em se tratando de contatos quase anônimos, pode poupar dores de cabeça e dinheiro a longo prazo.

“Faça uma pesquisa reversa da foto de perfil do pretendente (com o Google Images, por exemplo) para ver se corresponde a outro nome, para descobrir se é uma imagem roubada. Procure o nome e outros detalhes para ver se a história da pessoa corresponde às informações da internet”, diz Amaya.

Ele explica que em alguns casos, o envio de fotos íntimas pode servir como forma de o golpista chantagear a vítima. Conta ainda que a abertura de contas bancárias acaba servindo como forma de “lavar” o dinheiro arrecadado com fraudes.

“O namoro remoto tem se tornado cada vez mais comum em tempos de pandemia. Infelizmente, isso também abre a porta para golpistas. Se o pior acontecer e você se tornar uma vítima, é muito importante que você não sofra em silêncio. Não tenha vergonha e denuncie o crime. Suas ações podem ajudar os outros a evitar a dor”, conclui.

Dicas de que pode ser um golpe: A pessoa diz que vive ou trabalha fora do país/estado ou cidade onde a vítima mora; Gosta de fazer muitas perguntas pessoais à vítima; É evasivo quando perguntado sobre sua vida; Tenta avançar rapidamente no relacionamento e declara seu ‘amor’ em pouco tempo; Dá desculpas elaboradas para não ver pessoalmente ou fazer videochamada; São rápidos em mover a conversa para um bate-papo privado; Usa fotos de perfil falsas ou manipuladas.

Meio de pedir dinheiro

O golpista conta histórias para argumentar por que precisam de dinheiro. Isso geralmente inclui a necessidade de pagar gastos de viagem ou com médicos. Ou ainda vistos e documentos de viagem, dívidas de jogo, taxas alfandegárias aplicadas a itens importados.

O que fazer se suspeitar de golpe: Corte todos os tipos de comunicação com a pessoa; Converse com um amigo ou membro da família; Se o vale-presente foi pago em dinheiro, entre em contato com o fornecedor e verifique se há devolução do dinheiro; Relate o incidente às autoridades.

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