Sexta-feira, 12 de dezembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 12 de dezembro de 2025
Os Estados Unidos anunciaram novas sanções contra três familiares do ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, e contra seis empresas ligadas ao transporte de petróleo venezuelano, em uma escalada ainda maior da tensão com Caracas.
O Departamento do Tesouro impôs sanções a três sobrinhos da mulher do ditador, Cilia Flores: Franqui Francisco Flores de Freitas, Efraín Antonio Campos Flores e Carlos Erik Malpica Flores.
Franqui e Efraín foram detidos no Haiti em 2016, acusados de tráfico de drogas. Eles foram condenados em 2017, em Nova York, e posteriormente libertados pelo então presidente dos EUA, Joe Biden, em troca de sete americanos mantidos presos na Venezuela.
Agora, o Departamento do Tesouro retomou o caso e aplicou novas sanções contra os três, além de afirmar que Franqui e Efraín são “traficantes de drogas que atuam na Venezuela”.
“Nicolás Maduro e seus parceiros criminosos na Venezuela estão inundando os EUA com drogas que envenenam o povo americano”, disse o secretário do Tesouro, Scott Bessent, em comunicado.
Washington também anunciou que escoltará o petroleiro apreendido pelas forças americanas na costa da Venezuela até um porto dos EUA, aumentando os temores de um conflito aberto entre os dois países.
Os EUA assumiram o controle da embarcação carregada com petróleo venezuelano na quarta-feira, 10, em uma operação na qual agentes americanos desceram de helicópteros até o navio.
Na quinta-feira, Maduro classificou a apreensão do navio-petroleiro como um ato de “pirataria naval criminosa”. “Sequestraram os tripulantes, roubaram o barco e inauguraram uma nova era, a era da pirataria naval criminosa no Caribe”, disse o ditador em um ato em Caracas.
Horas antes, Maduro havia conversado por telefone com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, que reiterou seu apoio. “Vladimir Putin expressou sua solidariedade com o povo venezuelano e confirmou seu apoio à política do governo de Maduro”, informou o Kremlin.
Cuba também expressou sua solidariedade à Venezuela, país do qual depende para suprir parte de suas necessidades energéticas.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, declarou-se “preocupado” com a apreensão do navio, que há anos já era alvo de sanções por transportar petróleo de países como Venezuela e Irã.
De Oslo, aonde conseguiu chegar nesta quinta-feira após ser agraciada com o Prêmio Nobel da Paz, a líder da oposição da Venezuela, María Corina Machado, manifestou seu apoio ao presidente dos EUA, Donald Trump, e à sua campanha contra Maduro.
Ela assegurou que os EUA a ajudaram a sair da Venezuela. “Vim receber o prêmio em nome do povo venezuelano e o levarei à Venezuela no momento adequado”, acrescentou.