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Por Redação do Jornal O Sul | 23 de março de 2023
O Pentágono, em uma mudança de política significativa, disse que enviará tanques M1 Abrams para a Ucrânia no segundo semestre, depois de enfrentar críticas de parlamentares por dizer que poderia levar um ou dois anos para obter as armas e levá-las ao campo de batalha.
O novo plano prevê a reforma de cascos de tanques que já estão no arsenal dos EUA, disseram autoridades. O presidente americano Joe Biden, sob pressão cada vez maior das autoridades ucranianas, concordou em janeiro em prometer 31 tanques M1 Abrams como parte de um acordo de longo prazo que deu cobertura política aos líderes alemães para que eles pudessem aprovar o fornecimento imediato de tanques de batalha Leopard.
O general Patrick Ryder, porta-voz do Pentágono, disse que quando os Estados Unidos prometeram fornecer o Abrams à Ucrânia, a intenção era fornecer sua variante mais avançada, o M1A2. Mas, disse ele, as autoridades continuaram “explorando opções para entregar os tanques o mais rápido possível” e decidiram reformar variantes M1A1 mais antigas, permitindo entrega acelerada.
“Trata-se de colocar essa importante capacidade de combate nas mãos dos ucranianos o mais cedo possível”, disse Ryder a repórteres durante uma coletiva de imprensa. Ambas as versões do tanque possuem um canhão de 120 mm e metralhadoras, enquanto o M1A2 normalmente também inclui controles digitais, sensores aprimorados e um visualizador térmico para o comandante do tanque.
Ryder se recusou a especificar na terça-feira onde a reforma ocorrerá, mas funcionários familiarizados com o trabalho disseram que antecipam que ocorrerá em uma instalação de propriedade do governo em Lima, Ohio. A General Dynamics Land Systems opera a planta, a única fábrica de tanques nos EUA.
A revelação do Pentágono ocorreu quando o presidente russo, Vladimir Putin, e o líder chinês, Xi Jinping, conversam em Moscou, onde os dois líderes prometeram aprofundar os laços. A reunião acompanhada de perto alimentou a preocupação nos Estados Unidos e na Europa de que Pequim ajudará com armas o Kremlin, cujas Forças Armadas continuam sofrendo perdas em massa na Ucrânia. A indústria de Defesa russa está prejudicada por sanções ocidentais, e luta para reabastecer armas destruídas ou gastas.
O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse a repórteres em Bruxelas na terça-feira que não viu nenhuma prova de que a China está entregando armas à Rússia, mas disse que há sinais de que a Rússia as solicitou e que Pequim está considerando fazê-lo.
Em Washington, um grupo bipartidário de senadores instou o Pentágono a realizar uma avaliação “urgente e abrangente” do que seria necessário para combater a Rússia na Europa caso um conflito entre as potências nucleares eclodisse.
Os legisladores citaram as extensas perdas de combate da Rússia, estimadas em quase 200.000 mortos e feridos, e o plano atual do Departamento de Defesa para avaliar suas necessidades em 2026.
“Simplificando, as Forças Armadas ucranianas degradaram significativamente as forças convencionais da Rússia no ano passado”, disse a carta bipartidária dos parlamentares enviada ao secretário de Defesa Lloyd Austin.
Os senadores acrescentaram que as sanções ocidentais limitaram a capacidade de Moscou de reconstruir suas forças convencionais e que as autoridades do Pentágono costumam citar avaliações que podem estar desatualizadas como justificativa para não fornecer aos militares da Ucrânia certas capacidades adicionais.
“As Forças Armadas da Rússia não são as mesmas de 2021 e não mostram sinais de retornar ao estado pré-invasão no curto prazo”, escreveram os senadores. “Nossos requisitos de combate devem refletir essa nova realidade – não em 2026, mas agora.”