Domingo, 06 de julho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 3 de fevereiro de 2022
No mês de janeiro, o Programa de Monitoramento Espacial do Rio dos Sinos identificou uma crescente degradação da água do rio em alguns pontos em razão da estiagem. Mensalmente, o Consórcio Pró-Sinos monitora a qualidade da água em 24 pontos representativos da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos.
A partir de nove parâmetros – Coliformes Termotolerantes, pH, Nitrogênio, Fósforo, Oxigênio Dissolvido, Demanda Bioquímica de Oxigênio, Temperatura, Turbidez e Sólidos Totais – é calculado o Índice da Qualidade da Água (IQA), um número que permite uma avaliação genérica, mas significativa, das condições da água no local.
De acordo com o diretor-técnico do Pró-Sinos, Hener de Souza Nunes Júnior, a piora da qualidade das águas ocorre a partir dos locais de recebimento de grandes cargas de esgoto não tratado. E a estiagem contribui para os resultados negativos. “Na campanha anterior já percebemos essa tendência de piora. A diminuição da vazão dos cursos de água, causada pela estiagem, produz maior concentração da carga de esgotos não tratados”, observa, citando os pontos P17 (Arroio João Correa), P18 (Arroio Portão/Estância Velha) e P22 (Arroio Sapucaia), que continuam apresentando valores inferiores a 50.
“No início de janeiro, após vários dias sem chuvas, registraram-se fortes precipitações. No dia seguinte, foram encontrados peixes mortos no trecho entre os pontos P14 e P15, em São Leopoldo, indicando que a condição do Rio dos Sinos piorou significativamente com a remoção e transporte de resíduos até então retidos nas tubulações de esgoto, ocasionada pelas chuvas”, destaca o diretor-técnico.
Segundo ele, este é um efeito conhecido e recorrente após fortes chuvas precedidas de longo período de estiagem. Essas primeiras chuvas, ao invés de melhorarem a condição do rio, a agravam muito levando a um ambiente incapaz de dar suporte à vida de várias espécies de animais.