Terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

“Eu brigava para falar na Voz do Brasil”, revela Bolsonaro

Na sua tradicional live do dia 28 de abril, Jair Bolsonaro contou uma história pitoresca de sua trajetória em Brasília. Na década de 1990, quando se elegeu deputado federal pela primeira vez, ele chegava às 5h da manhã na Câmara para colocar seu nome na lista de discursos do dia.

O objetivo era garantir espaço no programa de rádio ‘A Voz do Brasil’, o mais antigo do País, criado em 1935 para divulgar notícias do governo e promover a classe política.

“Tinha um deputado que todos os dias era o primeiro da lista porque colocava o nome na noite anterior”, relembrou o presidente. “Só quem discursava (no plenário) tinha prioridade para ter um resumo do discurso na ‘Voz do Brasil’.”

Bolsonaro se tornou ouvinte fiel da atração radiofônica estatal quando era jovem. “No passado, o povo era viciado em ‘A Voz do Brasil’. Nos anos 60, eu tinha um radinho a pilha, e além do programa ‘Na Beira da Túia’ (de música sertaneja), na Rádio Bandeirantes, ouvia também ‘A Voz do Brasil’.”

Ele relatou outra tática para divulgar seus pensamentos e projetos. “No tempo em que não tinha internet, a gente gravava (com filmadora) aquelas VHS, e mandava pelos Correios para todo o Brasil. ‘Olha, assista ao vídeo aí’. Que evolução de lá para cá… Eu mandava 15, 20 fitas por mês, sobre um debate, algo que acontecia numa comissão, e pedia: ‘Passe para os amigos, repasse a fita’.”

O presidente aproveitou o momento saudosista para provocar o Supremo Tribunal Federal. “Hoje está bem diferente, e tem gente que quer voltar àquele tempo, cerceando, censurando as mídias sociais. Inadmissível.”

Voto impresso

Um dia antes da live, Bolsonaro declarou que não é necessário o voto impresso para a garantia da lisura nas eleições deste ano, desde que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) adote as medidas solicitadas pelas Forças Armadas para validar e contar votos, caso o sistema eletrônico falhe.

Bolsonaro fez a declaração durante um evento denominado Ato Cívico pela Liberdade de Expressão, junto com parlamentares de sua base de apoio no Palácio do Planalto, em Brasília.

“A gente espera que, nos próximos dias, o Tribunal Superior Eleitoral dê uma resposta às sugestões das Forças Armadas. Porque eles nos convidaram. Nós aceitamos, estamos colaborando com o melhor do que existe entre nós e essas sugestões todas foram técnicas. Não se fala ali de voto impresso, não precisamos de voto impresso para garantir a lisura das eleições”, afirmou Bolsonaro.

A informação consta no “Plano de Ação para a Ampliação da Transparência do Processo Eleitoral”, documento com 81 páginas com as contribuições dos integrantes do Comitê de Transparência Eleitoral, colegiado composto por representantes, dentre outros, da Polícia Federal, OAB, academia e Forças Armadas com o objetivo de aperfeiçoar o sistema eleitoral.

O chefe do Executivo alega ser necessário ter alguma maneira para confiar nas eleições, e cita uma das medidas, pedindo para que as Forças Armadas também tenham acesso à contagem de votos.

“Precisamos de uma maneira, e nessas nove sugestões, existe uma maneira da gente confiar nas eleições. Uma das sugestões das Forças Armadas, não tem nada a ver com sigilo das eleições, é que, no final, quando se encerram as eleições, e os dados vêm da internet para cá, tem um cabo no final que alimenta a sala secreta do Tribunal Superior Eleitoral. Dá para acreditar nisso? Sala secreta? Onde meia dúzia de técnicos dizem ali no final: ‘olha, quem ganhou foi esse’”, disse Bolsonaro.

“Uma das sugestões é que esse mesmo duto que alimenta a sala secreta, os computadores, seja feita uma ramificação, um pouco à direita, para que temos, ao lado, um computador também das Forças Armadas para contar os votos do Brasil”, concluiu.

Em agosto do ano passado, houve a rejeição da Proposta de Emenda à Constituição 135/19, conhecida como PEC do voto impresso, na Câmara dos Deputados. A medida era amplamente defendida por Bolsonaro.

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