Terça-feira, 12 de agosto de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 12 de agosto de 2025
Ex-presidente do União Brasil, o deputado Luciano Bivar (PE) acusa o atual chefe do partido, Antonio Rueda, de vender o controle de diretórios nos Estados e municípios em troca de dinheiro. Segundo o parlamentar, as “negociatas” ocorriam em um apartamento alugado em São Paulo para “receber encomendas”.
Nascido em Pernambuco, Bivar, de 80 anos, é empresário e político. Foi candidato à Presidência em 2006 pelo PSL, sigla que elegeu Jair Bolsonaro em 2018, e fundou o União Brasil. Atualmente, é deputado federal.
“Em troca [dos diretórios], ele recebia propinas, e eu não acreditava que aquilo era verdade. Me penitencio muito por isso, porque não faltavam sinais, não faltavam denúncias, mas como eu já o conhecia há 20 anos —ou melhor, pensava que eu conhecia há 20 anos—, não acreditava”, afirma, em entrevista à Folha.
Rueda deve presidir a federação do União Brasil com o PP, que se tornará a maior agremiação do país, com 109 deputados federais e 14 senadores. Ele diz que as acusações de Bivar são “delírios e calúnias”.
Bivar contratou o atual presidente do partido como advogado de suas empresas e foi o responsável por levá-lo para a política, em uma relação que durou mais de 20 anos. Os dois romperam quando o grupo que controlava o DEM se aliou a Rueda para tomar o controle do União Brasil e afastar Bivar, em abril do ano passado.
“Ele formou uma quadrilha familiar dentro do partido. Dei a ele a liberdade de indicar delegados. Pensava que eram pessoas nossas, mas eram vassalas dele. Ele conseguiu a maioria no diretório por conta de indicar empregados dele no Brasil inteiro. Para mim, foi uma surpresa”, diz Bivar sobre Rueda.
O deputado foi excluído até do grupo de WhatsApp do partido. Ele diz que deixará a legenda até abril para se filiar a outra sigla.
Bivar afirma que não fez as denúncias antes para que as acusações não parecessem uma revanche. “Não tenho prova, mas eu tenho absoluta certeza. Já presenciei negociatas dele no hotel onde ele se hospedava”, diz.
Em nota, Rueda diz que as falas do deputado não merecem crédito.
“Com pesar, digo que a trajetória do sr. Luciano Bivar fala por si: foi rejeitado nas urnas, afastado pela Justiça, responde a processos e agora recorre a delírios e calúnias para tentar justificar sua irrelevância política. Lembro que, há pouco mais de um ano, ele chegou ao ponto de ameaçar de morte minha filha, que na época tinha apenas 12 anos. Esse episódio, por si só, revela quem ele realmente é —e o descredibiliza para a política e para qualquer brasileiro de bem”, disse. (Com informações do jornal Folha de S.Paulo)