Domingo, 09 de novembro de 2025

Ex-assessor de Bolsonaro pede acareação com Mauro Cid na ação sobre tentativa de golpe

A defesa do coronel Marcelo Costa Câmara, ex-assessor especial do ex-presidente Jair Bolsonaro, apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido formal para a realização de uma acareação entre ele e o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, no âmbito do inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado no Brasil.

De acordo com os advogados de Câmara, a acareação é “imprescindível na busca da verdade real”, especialmente diante de aparentes contradições em trechos relevantes dos depoimentos prestados por Mauro Cid à Polícia Federal (PF). A defesa sustenta que os relatos apresentados por Cid precisam ser diretamente confrontados com a versão de Câmara, para que se esclareçam pontos obscuros do inquérito conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes.

O pedido se baseia no artigo 229 do Código de Processo Penal, que prevê a possibilidade de realização de acareações sempre que houver divergência entre declarações feitas por testemunhas, réus ou investigados. “A medida é legal, necessária e justificada pelas inconsistências presentes nos autos”, argumentam os advogados.

A defesa questiona especificamente três trechos dos depoimentos de Mauro Cid. O primeiro refere-se à afirmação de que Marcelo Câmara teria acessado e manipulado as chamadas “minutas golpistas” durante reuniões realizadas no Palácio da Alvorada. O segundo ponto contestado diz respeito à alegação de que o coronel promovia um monitoramento “perene, contínuo e consciente” de autoridades como o ministro Alexandre de Moraes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente Geraldo Alckmin.

O terceiro trecho contestado envolve o relato de que, no início do suposto monitoramento, Câmara não teria conhecimento do propósito real das informações que lhe eram solicitadas, mas que, ao longo do tempo, teria compreendido sua finalidade, a partir das demandas feitas pelo major Rafael Martins de Oliveira.

Os advogados afirmam que essas declarações de Mauro Cid estão “isoladas e dissociadas dos demais elementos de prova” constantes do inquérito. Por isso, alegam que a realização da acareação é essencial para confrontar diretamente os envolvidos e esclarecer as contradições existentes.

Eles também lembram que o ministro Alexandre de Moraes já autorizou acareações em fases anteriores da investigação sobre a tentativa de golpe. Essas diligências incluíram encontros entre réus e testemunhas, como a acareação entre Mauro Cid e o general Walter Braga Netto, além de outro procedimento envolvendo o ex-ministro Anderson Torres e o general Freire Gomes, ex-comandante do Exército, que atua como testemunha no processo. (Com informações do jornal O Globo)

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Política

Governo Trump anuncia novas sanções contra Alexandre de Moraes que podem impedi-lo de ter cartões de crédito
Braço direito de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos, Paulo Figueiredo deve virar réu no Supremo por tentativa de golpe
Pode te interessar
Baixe o app da TV Pampa App Store Google Play