Domingo, 26 de janeiro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 6 de março de 2024
A Polícia Federal (PF) marcou para segunda-feira (11) novo depoimento do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid. A oitiva será presencial, na sede da instituição, e faz parte do acordo de colaboração premiada fechado entre ele e a PF.
O novo depoimento do militar ocorre após uma série de mais de 20 oitivas colhidas pelos investigadores contra investigadores e testemunhas sobre o suposto plano de golpe e a “Abin paralela”.
O objetivo da PF é esclarecer lacunas sobre mensagens encontradas nos celulares e documentos de Cid, e pontos ainda em aberto após as dezenas de depoimentos.
O advogado Cezar Bittencourt, responsável pela defesa do ex-ajudante de ordens, afirmou que o tenente-coronel está à disposição e “tranquilo”. Também disse que o militar não omitiu nenhuma informação e que não teria medo de nada.
Depoimentos
Um novo depoimento de Mauro Cid ganhou força após dois ex-comandantes das Forças Armadas confirmarem reuniões para tratar de termos de uma minuta para um golpe de Estado.
No dia 16 de fevereiro, o ex-comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior, disse à Polícia Federal ter presenciado as reuniões.
Na última sexta-feira (1º), foi a vez de o ex-comandante do Exército, general Freire Gomes, confirmar a informação.
Outro tema que deve ser abordado no depoimento de Cid será o depoimento do general Estevam Theophilo Gaspar de Oliveira, que integrou o Alto Comando do Exército e foi comandante de Operações Terrestres entre o final de março de 2022 até o final de novembro de 2023. A unidade fica em Brasília e não tem nenhuma tropa subordinada diretamente a ela.
De acordo com as investigações, em 9 de dezembro de 2022, Theophilo se reuniu com o então presidente Jair Bolsonaro no Palácio da Alvorada e supostamente consentiu com a adesão ao golpe de Estado, desde que o presidente da República assinasse a medida, conforme conversas encontradas no celular do ajudante de ordens.
Mauro Cid fez acordo de delação premiada e é considerado peça-chave nos principais inquéritos tocados pela Diretoria de Inteligência da Polícia Federal e que envolvem o ex-presidente da República e aliados.
O acordo de colaboração prevê que Mauro Cid volte a prestar depoimentos quantas vezes forem necessárias, dizem os investigadores.