Terça-feira, 25 de novembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 25 de novembro de 2025
O ex-ministro da Justiça Anderson Torres vai cumprir pena por crime de tentativa de golpe de Estado no presídio da Papuda na capital federal. A ordem de início de cumprimento de pena foi assinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
Moraes mandou Anderson Torres cumprir pena em cela do 19º Batalhão de Polícia Militar do Distrito Federal, conhecido como Papudinha, que fica dentro do Complexo Penitenciário da Papuda, no DF. O local é destinado à prisão de policiais. Torres é delegado da Polícia Federal (PF).
Conforme a condenação, 21 dos 24 anos de prisão serão em regime fechado. Segundo integrantes da PF, Torres foi escoltado para o local da prisão nesta terça-feira (25).
Mais cedo, o advogado Eumar Roberto Novacki afirmou que apresentaria o ex-ministro à polícia, caso fosse intimado. Na segunda-feira, ele pediu ao ministro Alexandre de Moraes para que Anderson Torres fosse autorizado a cumprir a pena na Superintendência da Polícia Federal, onde está o ex-presidente Jair Bolsonaro, ou no Batalhão de Aviação Operacional.
A defesa de Anderson Torres informou que ele discutia com seus advogados a apresentação de um recurso até o dia 3 de dezembro. Em nota, disse lamentar que as “inúmeras provas que demostram não estar envolvido, direta ou indiretamente, com qualquer tentativa de golpe de estado, tenham sequer sido consideradas na decisão que o condenou a uma pena duríssima de 24 anos de prisão”.
Papudinha
A “Papudinha” tem condições melhores do que o restante do complexo penitenciário e costuma receber presos com direito a prisão especial, como policiais militares. O apelido se refere ao 19º Batalhão da Polícia Militar no Distrito Federal, um presídio menor e mais controlado que os demais dentro do complexo. Também recebe autoridades que, por razões de segurança, não podem ficar com detentos comuns.
Logo após a prisão do ex-ministro, a esposa dele defendeu a anistia aos condenados pela trama golpista.
A defesa de Torres escolheu não apresentar um segundo recurso contra a condenação. Com o fim do prazo para a apresentação dos documentos, o ministro Alexandre de Moraes determinou a certificação do trânsito em julgado (quando não há mais recursos disponíveis) e o início da execução penal.
Condenado a 24 anos de prisão em regime inicial fechado, Anderson Torres atuou de forma ativa na tentativa de manter Jair Bolsonaro (PL) no poder, segundo julgado pelo STF.
Ele teria oferecido suporte jurídico para decretos de medida de exceção, manipulado forças de segurança e participado da disseminação de desinformação contra o sistema eleitoral, por exemplo.