Sexta-feira, 13 de junho de 2025

Ex-ministro de Bolsonaro diz que “foi otário” após depoimento do ex-presidente no Supremo

O depoimento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) mexeu de forma negativa com alguns de seus antigos aliados e apoiadores. O ex-ministro da Educação Abraham Weintraub chegou a criticar publicamente as declarações e disse que “foi otário”.

Weintraub se manifestou sobre duas falas de Bolsonaro durante o depoimento. A primeira foi sobre a brincadeira do ex-presidente ao convidar o ministro Alexandre de Moraes para ser seu vice na chapa presidencial em 2026.

“Nós, que acreditamos em Bolsonaro em algum momento, fomos otários. Eu fui muito otário!”, declarou o ex-ministro.

Momentos depois, ele reagiu a outro momento do depoimento, no qual chama de “malucos” os manifestantes que pediam por intervenção militar e AI-5 após o resultado das eleições em 2022. Novamente, Weintraub diz que foi “muito otário”.

O ex-ministro também afirmou que “o Bolsonarismo é uma lepra rastejante, covarde, mentirosa e calhorda” e ainda comparou o ex-presidente a um rato.

Weintraub foi parte da chamada “ala ideológica” do governo Bolsonaro, com uma visão mais radical alinhada às ideias do ideólogo Olavo de Carvalho. Durante seus 14 meses no cargo, acumulou polêmicas e atritos, e foi desligado do governo pouco tempo após a publicação de vídeo da reunião ministerial de 22 de abril de 2020.

No vídeo, ele defendeu a prisão de ministros do STF, “Eu, por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia. Começando no STF”, declarou ele.

Alexandre de Moraes chegou a pedir que a Polícia Federal recolhesse depoimento de Weintraub em 2022 após afirmações realizadas pelo ex-ministro contra a atuação do STF em seu canal do YouTube.

Em outra publicação no X (antigo Twitter) após o depoimento de Bolsonaro, Weintraub reforçou suas posições. “Eu nunca pedi desculpas a eles! Eu nunca neguei o que falei deles!”, diz o post.

Interrogatório

Bolsonaro deu a declaração durante interrogatório na Primeira Turma do STF, na terça-feira (10). Ele foi o sexto réu a prestar depoimento no processo penal sobre tentativa de golpe de Estado.

Questionado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), o ex-presidente negou ter incentivado qualquer movimentação antidemocrática em 8 de janeiro de 2023, e afirmou que, mesmo sem aval dele, existem “malucos” que pedem por um novo AI-5, uma intervenção militar no País.

O AI-5 (Ato Institucional nº 5) foi um decreto promulgado em 13 de dezembro de 1968 durante a ditadura militar no Brasil, considerado o ato mais duro e que recrudesceu os atos de repressão política, já em vigor durante a ditadura militar (1964-1985).

“Tem os malucos que ficam com essa ideia de AI-5, de intervenção militar das Forças Armadas… que os chefes das Forças Armadas jamais iam embarcar nessa só porque o pessoal estava pedindo ali”, afirmou o ex-presidente”.
“Nós repudiamos tudo isso aí. Com todo respeito, doutor Paulo Gonet, não procede que eu colaborei com o 8 de janeiro. Não tem nada meu ali, estimulando aquela baderna que nós repudiamos”, afirmou o ex-presidente.

Durante manifestações a favor do ex-presidente após o resultado das urnas, brasileiros foram às ruas com faixas pedindo por intervenção militar com Bolsonaro à frente do governo. (Com informações do Valor Econômico)

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