Sexta-feira, 09 de maio de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 16 de maio de 2023
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) prestou depoimento à Polícia Federal (PF) nesta terça-feira (16), sobre possíveis adulterações em seu comprovante de vacinação, de sua filha, e do seu ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, bem como de sua esposa, Gabriela Ribeiro Cid. Durante quase quatro horas, o ex-mandatário respondeu a 60 perguntas que cobriram não somente questões relacionadas à fraude nos cartões de vacinação como também relativas à preparação do 8 de Janeiro.
A PF investiga Bolsonaro e outras 15 pessoas por infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores.
O ex-presidente chegou à sede da Polícia Federal por volta das 13h30 e começou a depor às 14h. Ao final, e depois de sua equipe de defesa ter revisado o depoimento, Bolsonaro saiu da PF sem falar com a imprensa. Os advogados também evitaram os jornalistas, alegando atraso para pegar um voo.
Nas redes sociais, o ex-secretário de Comunicação da Presidência (Secom) e um dos advogados de Bolsonaro, Fabio Wajngarten, ressaltou que o ex-chefe do Executivo federal respondeu a todas as perguntas e que reforçou jamais ter se vacinado contra a covid.
“O depoimento do presidente Bolsonaro transcorreu de forma cortês e republicana. O presidente reiterou que jamais se vacinou, que desconhecia toda e qualquer iniciativa para eventual falsificação, inserção, adulteração no seu cartão de vacinação bem como de sua filha”, disse.
Essa foi a terceira oitiva de Bolsonaro desde o início de abril. No dia 5 do mês passado ele foi interrogado pela PF sobre as joias recebidas do governo saudita, e no dia 23, por seu suposto envolvimento com os atos golpistas de 8 de janeiro. Nos dois casos, ele negou ter cometido crimes.
Depoimento adiado
O pedido da PF era para que Bolsonaro prestasse depoimento já em 3 de maio, quando a operação foi deflagrada. No entanto, o ex-presidente optou por não falar na data, pois a defesa ainda não havia tido acesso ao processo. Wajngarten afirmou que o ex-titular do Planalto desconhecia o suposto esquema.
Segundo a Polícia Federal, um grupo próximo a Bolsonaro, incluindo seu ex-ajudante de ordens Mauro Cid, teria emitido certificados falsos de vacinação para pessoas que não tinham sido imunizadas a fim de que elas pudessem viajar e acessar locais em que a imunização era obrigatória.
Pena prevista
O ex-presidente foi alvo de buscas da PF e teve o celular apreendido no dia 3 de maio, ocasião em que seis pessoas foram presas sob suspeita de integrar o esquema de fraudes. Se confirmadas as suspeitas, Bolsonaro pode pegar pena por dois crimes: a de partícipe do crime de inserção de dados falsos no sistema eletrônico do Ministério da Saúde e a de que ele e os demais suspeitos formaram uma associação criminosa com a finalidade de cometer o delito.
As penas para esses dois crimes, somadas, podem chegar a 15 anos de prisão.