Quarta-feira, 08 de outubro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 7 de outubro de 2025
As exportações brasileiras de carne bovina atingiram um novo recorde mensal em setembro, de acordo com dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex). O volume embarcado foi de 314,7 mil toneladas, superando o recorde anterior registrado em julho deste ano, quando foram exportadas 276,9 mil toneladas. O número representa um crescimento de 25,1% em comparação com setembro de 2024.
O desempenho positivo ocorreu mesmo após os Estados Unidos aplicarem, em agosto, uma tarifa de importação sobre a carne bovina brasileira. Ainda assim, o setor manteve o ritmo de crescimento, impulsionado principalmente pela diversificação dos mercados compradores. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), países como o México passaram a fazer parte da lista de destinos relevantes para o produto nacional, ajudando a compensar as perdas nos embarques para os EUA.
Além da ampliação dos destinos, os frigoríficos brasileiros também aumentaram significativamente as vendas para a China, que segue como principal compradora da carne bovina do Brasil. A demanda chinesa, somada à de outros países asiáticos, tem sustentado o crescimento das exportações, mesmo em um cenário de restrições comerciais em algumas regiões.
A Abiec afirma que, apesar das tarifas impostas pelos EUA, as exportações para o país continuam, em menor volume, graças à competitividade do produto brasileiro. “As exportações incluem cortes de maior valor agregado e compromissos assumidos anteriormente por empresas brasileiras”, informou a associação. Em agosto, após o anúncio das tarifas, o presidente da Abiec, Roberto Perosa, havia estimado que os embarques para os Estados Unidos cairiam para cerca de 7 mil toneladas.
A tarifa aplicada pelos norte-americanos chega a 76,4%, somando a sobretaxa de 50% à alíquota anterior de 26,4%. Mesmo assim, o Brasil segue vendendo carne bovina para os EUA, aproveitando nichos de mercado e contratos já em andamento.
Analistas do setor avaliam que o comércio global de carnes está passando por um processo de reorganização, com mudanças nos fluxos comerciais diante de barreiras tarifárias e da oferta limitada em grandes produtores, como os próprios Estados Unidos, que enfrentam escassez de animais para abate.
Com a demanda internacional aquecida e a estratégia de diversificação de mercados, o setor exportador brasileiro tem conseguido manter seu dinamismo, reforçando o papel do país como um dos principais fornecedores globais de carne bovina.