Segunda-feira, 08 de setembro de 2025

Expulso: youtuber debocha de professora na Universidade de Brasília

A Universidade de Brasília (UnB) decidiu expulsar o estudante Wilker Leão de Sá, condenado pela Justiça por calúnia e difamação contra um professor da instituição.

A decisão obtida pelo g1 foi assinada pela reitora Rozana Reigota Naves. Segundo o documento, Wilker cometeu faltas disciplinares graves, como:

Reincidir em falta cominada com a pena máxima de suspensão — ou seja, repetir uma falta grave que já tem como punição máxima a suspensão;
Caluniar, injuriar ou difamar membro da comunidade universitária;
Desacatar membros dos corpos docente, discente ou técnico-administrativo;
Praticar atos que violem os direitos humanos;
Praticar atos incompatíveis com os valores da Universidade.

O processo disciplinar será encaminhado ainda ao Ministério Público Federal (MPF), à OAB/DF, à Polícia Federal e à Advocacia-Geral da União, entre outras áreas da própria UnB.

Em nota, a UnB confirmou que o estudante “foi excluído da instituição e está impedido de realizar novos registros de matrícula”. Ele ainda pode recorrer da decisão.

Aluno já tinha sido suspenso

Em dezembro do ano passado, a UnB suspendeu Wilker Leão de duas disciplinas – História da África e História do Brasil – por 60 dias. A medida foi tomada porque, segundo a UnB, e estudante “atrapalhava as aulas”.

Na época, a universidade justificou que, ao gravar as aulas e publicar o conteúdo nas redes sociais sem autorização dos envolvidos, o aluno atrapalha a explicação do conteúdo e também os outros estudantes matriculados nas disciplinas.

Condenado por injúria e difamação

Em agosto, Wilker Leão já havia sido condenado pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal por difamação e injúria contra um professor da disciplina de História da África.

O estudante gravou e divulgou em redes sociais vídeos das aulas sem autorização, com comentários ofensivos e depreciativos contra um professor.

De acordo com a Justiça, o estudante atingiu a honra do professor ao expor o que chamava de “doutrinação comunista” no curso de história.

A juíza Ana Cláudia Loiola de Morais Mendes entendeu que houve “violação à honra objetiva” do docente.

Wilker foi condenado inicialmente a 2 anos e 3 meses de detenção em regime aberto, mas teve a pena convertida em duas multas de 15 salários mínimos cada — uma destinada ao professor e a outra a uma entidade social escolhida pela Justiça.

Ele também deverá pagar R$ 5 mil em honorários advocatícios. O g1 entrou em contato com Wilker, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.

Seis vídeos foram analisados pela Justiça

A decisão levou em conta seis vídeos publicados por Wilker entre outubro e novembro de 2024. A Justiça concluiu que eles continham ofensas à honra do professor e violavam sua imagem e privacidade. São eles:

18/10/2024: Wilker chama a aula de “bobagem” e diz que o professor “fugiu” do debate. Continuou filmando mesmo após o pedido para interromper a gravação.
23/10/2024: Vídeo com a imagem do professor e legenda “Prof Brabão”. Wilker o chama de “comunista” e fala em doutrinação.
30/10/2024: Post intitulado “Essa é a cara do professor valentão que se acha general”, com imagem e voz do docente, em tom depreciativo.
07/11/2024: Novas publicações com as legendas “professor Brabão dobrou a aposta” e “tá querendo socializar meu capital?”.
13/11/2024: Caricatura semelhante ao professor e comentários desdenhosos sobre temas discutidos em sala, como escravidão e capitalismo. “Isso aqui é doutrinação ou não é?”, escreveu o aluno.
19/11/2024: Vídeo com o termo “transgeneral” e insinuações de que o professor teria suspendido a aula “protelando isso com intenções mesmo de enrolar”.

Confusão com ex-presidente e senador

Wilker Leão é formado em direito e conhecido por publicar vídeos políticos nas redes sociais. Ele soma mais de dois milhões de seguidores no X, YouTube , TikTok e Instagram.

O estudante também ficou conhecido por abordar políticos e apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro na saída do Palácio da Alvorada.

Em uma das ocasiões, em agosto de 2022, chegou a se envolver em uma confusão com o ex-presidente.

Em fevereiro do ano seguinte, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) tomou o celular da mão de Wilker, após se envolver em uma discussão com ele. Na ocasião, o youtuber começou a questionar Randolfe, de forma repetitiva, sobre a opinião dele a respeito de terrorismo e assédio político.

 

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