Sexta-feira, 07 de novembro de 2025

Falta de munição na Ucrânia aumenta pressão sobre líderes da Europa

Com os pedidos da Ucrânia aos aliados ocidentais por mais armas para se manter no conflito contra a Rússia, os líderes europeus estão sob uma crescente pressão para encontrar uma estratégia coesa que poderia constituir a vitória ucraniana ou a derrota russa e o início de negociações realistas para acabar com a guerra.

Todos disseram que cabe aos líderes democraticamente eleitos da Ucrânia decidir como e quando entrar em tais negociações, e todos forneceram apoio financeiro e militar significativo a Kiev. Mas alguns aliados estão cada vez mais apreensivos com o conflito, que se arrasta há mais de 100 dias, e temem que a guerra leve a Otan a um conflito direto com a Rússia ou ao uso de armas nucleares e químicas por parte de Vladimir Putin.

Nessa segunda-feira (13), surgiu a notícia de que os líderes de três dos maiores países da Europa – França, Alemanha e Itália – planejam viajar a Kiev antes da reunião da cúpula do G7 marcada para o final deste mês.

A visita seria a primeira que o presidente Emmanuel Macron, da França, o chanceler Olaf Schols, da Alemanha e o primeiro-ministro Mario Draghi, da Itália, fariam à Ucrânia desde o início da guerra. Os três levantaram questões sobre como levar os dois países em conflito a uma negociação séria.

Os russos estão prestes a tomar a cidade de Severodonetsk e próximas a Lisichansk para completar a ocupação da região de Luhansk, uma das duas províncias do Donbass, no Leste da Ucrânia. Os ucranianos estão perto de ficar sem munição e perdem soldados diariamente, enquanto as autoridades pedem repetidamente a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) mais envios de artilharia e de armas modernas para resistir à guerra.

À medida que os líderes ocidentais consideram o envio de mais ajuda militar, a guerra no leste depende em grande parte de quão rápido e em que quantidade essas armas pesadas chegarão e com que velocidade os soldados ucranianos aprenderão a usá-las.

As preocupações conflitantes dos líderes ocidentais levantaram polêmica em Kiev e nas capitais da Europa Central e Oriental sobre o quanto esses países realmente estão comprometidos em derrotar a Rússia.

Macron, em particular, disse duas vezes que era importante não “humilhar a Rússia”, e irritou os ucranianos e colegas europeus da Europa Central e Oriental. Estes acreditam que a guerra não se resume a Ucrânia e que as ambições da Rússia de derrubar a ordem de segurança europeia devem ser enfrentadas com a derrota dos russos, não com um cessar-fogo.

Um porta-voz de Macron disse anonimamente que a França quer que a Ucrânia seja vitoriosa – mas o próprio Macron nunca disse essas palavras. E embora Scholz, que é criticado por não fornecer mais armas à Ucrânia e de maneira rápida, diga que a Rússia não deve vencer, ele nunca disse que a Ucrânia deve alcançar a vitória.

Draghi, por sua vez, rompeu com a tradição italiana de proximidade com Moscou ao apoiar fortemente a Ucrânia, mesmo para a adesão do país à União Europeia – um assunto que Macron disse ser irreal há décadas.

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