Quinta-feira, 08 de maio de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 7 de maio de 2025
Fátima Bernardes, de 62 anos, já contou algumas vezes que tem medo de avião. A apresentadora e jornalista voltou a falar sobre o assunto em seu canal no YouTube. Ela aproveitou para contar outras curiosidades sobre si mesma, como o fato de não beber e nunca ter tomado um porre na vida. “Não gosto de perder o controle da situação, não gosto de me sentir diferente”, justificou ela, expondo que sofre de ansiedade.
“Quando a gente é ansioso, a gente tem a ilusão de que a gente controla toda a nossa vida. E eu tinha muito essa quase certeza, sem nem refletir sobre isso. Porque eu sempre fui uma pessoa que me dediquei às coisas que eu fazia, sempre aproveitei muito as oportunidades. Sempre imaginei que as coisas estavam dando certo porque eu sempre estava muito com as rédeas na mão”, explicou.
No entanto, após fazer terapia, Fátima contou ter descoberto que isso era “uma grande pretensão”. “Porque, na verdade, nunca a vida está no nosso controle. A gente pode fazer a nossa parte, mas ela não está nas nossas mãos. Existe o imponderável, o imprevisível, e só passei a pensar nisso em um momento: quando passei a ter fobia de avião”, disse.
“A primeira vez que viajei de avião, eu já tinha 19 anos, e fui fazer uma viagem para Nova York (EUA) para fazer aula de dança com as diretoras da academia em que eu estudava. Minha irmã também foi e duas outras amigas. Não tive nenhum problema com avião. Adorei. Em nenhum momento pensei que eu poderia não voltar daquela viagem, todos os dramas que hoje eu vivo. Continuei viajando e fui ter uma profissão que me levava a viajar muitas vezes”, lembrou.
Mas, aos pouquinhos, quando a carreira da apresentadora começou a deslanchar, ela passou a ficar um pouco desconfiada do avião. “Comecei a desenvolver um certo medo, mas que não me paralisava. Eu entrava e voava. Mas depois que tive filho, quando os meninos iam fazer dois anos, eu era casada nessa época com o William, nós fizemos uma viagem para Nova York, e na volta eu tive uma crise de ansiedade, uma crise de pânico, dentro do avião. Estava muito ansiosa para rever as crianças depois de 9 dias e foi horrível. Tomei um remédio para dormir e deu o efeito contrário. Fiquei muito agitada, suando frio. Foi horrível”, contou.
Depois desse episódio, ela ficou 2 anos e 4 meses sem voar. “Depois daquele dia, não fui tratar, mas comecei a evitar os voos. Percebi que alguma coisa não estava certa e comecei a fazer tratamento e fui entendendo que a fobia costuma aparecer para as pessoas que acham que têm controle de tudo, que disfarçam as inseguranças no dia a dia… E chega uma hora que você canaliza tudo e aquilo passa a ser o seu monstro”, afirmou.
Para ela, os piores momentos são sempre a decolagem e o pouso. “Quando o avião está estabilizado, fico bem. Ando no avião, vou ao banheiro, como, trabalho. Fiz terapia cognitivo-comportamental, fiz terapia com realidade virtual. É uma coisa que não tem relação com a lógica. Mas não consigo usar minha racionalidade naquela hora. Toda vez que o avião está acelerando para decolar, estou chorando. Fico de óculos escuros e as lágrimas escorrendo, mas não faço nenhum barulhinho. Escolho o lugar, a companhia, o voo”, disse ela, explicando que usa medicamentos prescritos quando vai voar.