Sexta-feira, 10 de outubro de 2025

Faturamento da indústria brasileira tem queda histórica

O faturamento do setor industrial brasileiro registrou uma queda significativa no mês de agosto de 2025, conforme dados divulgados nesta semana pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Segundo o levantamento, houve um recuo de 5,3% em comparação com o mês de julho. Na comparação com agosto de 2024, a retração foi ainda mais acentuada, com queda de 7,6%.

De acordo com a CNI, esta foi a quarta queda no faturamento da indústria ao longo dos últimos seis meses. Apesar desse desempenho recente negativo, o acumulado de janeiro a agosto de 2025 ainda mostra um crescimento de 2,9% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Outros indicadores da atividade industrial também apresentaram retração. As horas trabalhadas na produção caíram 0,3% em agosto em comparação com julho. Em relação a agosto de 2024, a queda foi de 1,2%. No acumulado do ano até agosto, entretanto, houve crescimento de 1,6% nesse indicador.

O emprego no setor industrial manteve-se estável pelo quarto mês consecutivo, sem variação em agosto na comparação com julho. Já em relação a agosto de 2024, foi registrada alta de 1,5% no número de empregados na indústria. No acumulado entre janeiro e agosto deste ano, o crescimento foi de 2,2% em relação ao mesmo período do ano passado.

A massa salarial, que representa o total pago aos trabalhadores do setor, apresentou retração de 0,5% em agosto em relação ao mês anterior, e de 2% em relação ao mesmo mês de 2024.

A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) da indústria subiu ligeiramente em agosto, com aumento de 0,2 ponto percentual em relação a julho, atingindo 78,7%. Mesmo com esse avanço mensal, o índice permanece abaixo do registrado em agosto do ano anterior, quando era de 79%.

A especialista em Políticas e Indústria da CNI, Larissa Nocko, atribui a queda no faturamento a uma combinação de fatores econômicos. “O primeiro deles é o patamar elevado dos juros, que impacta o crédito e o crescimento econômico, como um todo. Um segundo elemento é a entrada de bens importados, especialmente de bens de consumo, capturando boa parte do mercado consumidor da indústria nacional e prejudicando o setor”, afirmou.

Ela também destacou os efeitos da valorização da moeda brasileira sobre as exportações. “A valorização do real torna os produtos brasileiros mais caros lá fora, impactando as empresas exportadoras”, explicou Nocko. (Com informações do portal Metrópoles)

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