Quarta-feira, 17 de setembro de 2025

Fed, banco central americano, corta juro pela primeira vez em 2025

O Federal Reserve (Fed, o banco central americano) reduziu os juros americanos na reunião desta quarta-feira (17), para a faixa entre 4% e 4,25%.

O Fed volta a iniciar um ciclo de flexibilização monetária após cinco reuniões em que decidiu pela então manutenção. Sob pressão de Donald Trump, é a primeira vez que o comitê de política monetária do país decide por um corte em 2025. A redução foi de 0,25 ponto percentual e a última havia sido realizada em dezembro, antes do republicano assumir a presidência do país.

Após o movimento, o dólar no Brasil invertia o sinal de leve alta e passava a cair, sendo operado aos R$ 5,27. O novo diretor indicado por Donald Trump, Stephen Miran, que teve sua aprovação pelo Senado na última segunda, foi o único dissidente do comitê a votar por um corte de meio ponto percentual, contra onze que decidiram pelo corte de 0,25 ponto.

A mediana das projeções do Fed aponta por mais dois cortes até a última reunião do ano, somando mais 0,5 ponto percentual de ajuste na taxa básica. De acordo com comunicado, a taxa de desemprego “aumentou ligeiramente, mas segue baixa”, acrescentando que “os riscos negativos para o emprego cresceram”.

Apesar da inflação estar fora da meta desejada pela autoridade, de 2% — o último índice de preços ao consumidor anualizado mostrou a inflação em 2,6% —, os recentes sinais de desaceleração do mercado de trabalho pesaram para a decisão do Fed.

Na semana passada, o Departamento de Estatísticas do Trabalho (BLS) revisou o crescimento do mercado de trabalho americano anual até março deste ano de 1,8 milhão para 911 mil. Na divulgação da semana retrasada, dados mais fracos das folha de pagamento e revisão dos meses anteriores mostraram uma redução firme das vagas nos Estados Unidos.

O movimento confirmou as apostas do mercado financeiro. Uma hora atrás, a plataforma FedWatch, que mede a expectativa dos investidores a partir de contratos derivativos no mercado, previam chances de 93,8% para o corte de 0,25 ponto percentual. Diferente do Brasil em que a taxa é fixa, a taxa americana opera em uma banda.

Trump em briga com Fed

A decisão acontece num momento em que Trump demonstra irritação não só com Jerome Powell, chefe da autoridade monetária, a quem sempre chama de “atrasado” em seus posts na Truth Social. O republicano também abriu uma declarada disputa com a diretora Lisa Cook, tentando até mesmo uma demissão de sua cadeira.

Em agosto, Trump apresentou uma carta em que pede a saída de Lisa do Fed a acusando de fraude hipotecária por uma compra de residência antes de se tornar diretora do banco central. O Departamento de Justiça abriu investigação contra a diretora, que possui um voto no comitê de política monetária.

A favor de Trump está o fato de que Stephan Miran, indicado pelo presidente para a cúpula do Fed, teve seu nome aprovado no Senado na segunda-feira e já votou reunião de hoje. Por outro lado, Lisa Cook, a diretora que Trump tenta afastar, também vai votar, mantida no cargo por uma decisão judicial.

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