Quarta-feira, 23 de abril de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 19 de abril de 2023
Após a condenação de Fernandinho Beira-Mar e seus seis filhos, pelo Tribunal Regional Federal de Rondônia, por organização criminosa apontada nas investigações da “Operação Epístolas” de 2017, pode acarretar ainda a perda do mandato de vereadora de Duque de Caxias (RJ), Fernanda Izabel da Costa., filha do criminoso.
Segundo a denúncia do Ministério Público Federal, e que serviu de base para a condenação, “Fernanda visitava o pai para tratar de assuntos inerentes à prática de crimes. Os recados eram feitos com linguagem codificada para estabelecer comunicação com os integrantes do grupo criminoso e dificultar ações policiais e dificultar sua identificação.”
Além disso, como filha do criminoso, ela é acusada de exercer “papel político e social” na quadrilha do pai ao prestar serviços em comunidades de Caxias. Apesar da decisão do Tribunal Regional Federal de Rondônia em que há uma determinação sobre a suspensão dos seus direitos políticos, a vereadora ainda pode entrar com recursos para manter o cargo. Por essas práticas foi condenada a 4 anos e 10 meses de reclusão em regime semiaberto.
A sentença do caso determina, depois que o processo transitar em julgado, que “se oficie à Justiça Eleitoral para fins do disposto no artigo 15, inciso III, da Constituição Federal, que fala em suspensão dos direitos políticos dos condenados enquanto durarem os efeitos da condenação”.
Fernanda Izabel da Costa negou todas as acusações, mas segundo a decisão judicial o MPF conseguiu provas de sua relação com o esquema montado por Fernandinho Beira-Mar, o que levou à condenação da parlamentar.
Vereadora
Fernanda exerce o mandato na Câmara de Duque de Caxias (RJ) desde 2021. Na época, ela podia concorrer ao cargo porque ainda não havia sido condenada. Ela é uma das investigadas no processo que tramita na Justiça Federal em Rondônia. Nele, responde pelo crime de organização criminosa.
As apreensões ocorreram no município de Caxias, onde a quadrilha de Beira-Mar tinha o controle sobre atividades ilícitas em 13 comunidades. As investigações apontavam que a influência do grupo chegava à Câmara Municipal, onde cargos comissionados eram ocupados por parentes do criminoso.
Além da vereadora, a Justiça Federal condenou os outros cinco filhos do traficante por atuarem na transmissão de recados do pai e envolvimentos em outros crimes. Procurada, Fernanda ainda não havia se pronunciado sobre as acusações até o fechamento desta reportagem.