Domingo, 25 de maio de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 24 de maio de 2025
“O Agente Secreto”, filme do pernambucano Kleber Mendonça Filho que disputa a Palma de Ouro, a principal láurea do Festival de Cannes, venceu o prêmio da Fipresci, a Federação Internacional de Críticos de Cinema. A entrega da Palma de Ouro está programada para a tarde deste sábado (24).
A associação reúne jornalistas de cerca de 50 países. “Escolhemos um filme que tem uma generosidade romanística e épica; um filme que permite digressão, diversão, humor e caráter para evocar um tempo, um lugar e uma história rica, estranha e profundamente preocupante de corrupção e opressão”, diz a justificativa do prêmio.
“Um filme que faz suas próprias regras, que é pessoal, mas universal, que leva seu tempo e mergulha você em um mundo, o mundo do Brasil governado pelos militares em 1977 e o mundo das pessoas boas em tempos ruins.”
“O Agente Secreto” tem como pano de fundo a ditadura militar brasileira, num contexto de naturalização da violência que permite que seu protagonista, um pesquisador vivido por Wagner Moura, seja perseguido após um desentendimento na universidade onde trabalhava.
Neste sábado, “O Agente Secreto” tem boas chances de vencer a Palma de Ouro. Seus principais adversários, de acordo com as avaliações de críticos e o burburinho até agora, são o iraniano “It Was Just an Accident”, de Jafar Panahi, “Sentimentl Value”, de Joachim Trier, e “Two Prosecutors”, de Sergei Loznitsa.
Melhor ator
O ator Wagner Moura venceu neste sábado (24) o prêmio de melhor ator no Festival de Cannes 2025, pelo filme “O Agente Secreto”. O diretor do longa, Kleber Mendonça Filho, também conquistou o prêmio de melhor direção.
Segundo a BBC, a estreia nacional dele está prevista para o segundo semestre de 2025.
“O Agente Secreto” estreou internacionalmente no festival no domingo com cerca de quinze minutos de aplausos, segundo a jornalista Jada Yuan, do Washington Post. Desde então, o longa ganhou muitos elogios da crítica internacional.
O que o Brasil já ganhou
Desde o início da premiação, em 1946, o Brasil já ganhou alguns prêmios de destaque.
Filme de Aventura em 1953. Na categoria já extinta, o Brasil levou o prêmio por “O Cangaceiro” de Lima Barreto.
Palma de Ouro em 1962. Indicado 38 vezes desde 1949, o Brasil só levou o prêmio máximo do festival uma vez, com “O Pagador de Promessas” de Anselmo Duarte
Melhor Diretor em 1969. Feito repetido hoje por Kleber Mendonça Filho, a primeira vez que o Brasil levou o prêmio de melhor direção foi com “O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro” de Glauber Rocha.
Interpretação Feminina em 1986. Conquistado na categoria masculina pela primeira vez hoje, Fernanda Torres já tinha ganhado melhor atuação feminina em Cannes por sua atuação em “Eu Sei que Vou Te Amar”
Interpretação Feminina em 2008. Assim como Torres, em 2008 foi a vez de Sandra Corveloni ser premiada pela sua atuação em “Linha de Passe”.
Prêmio do Júri em 2019. Há seis anos, o longa “Bacurau” levou uma das premiações tendo como diretores Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles. As informações são dos portais Folha de São Paulo e Uol.