Terça-feira, 04 de novembro de 2025

Filme “O agente secreto” é o escolhido para representar o Brasil no Oscar de melhor filme internacional

“O agente secreto”, de Kleber Mendonça Filho confirmou seu favoritismo e foi escolhido para representar o Brasil na corrida pelo Oscar de melhor filme internacional. O longa tentará repetir o feito de “Ainda estou aqui”, de Walter Salles, vencedor na categoria na última edição da cerimônia, em março.

A decisão foi anunciada nessa segunda-feira (15) pela Academia Brasileira de Cinema. O longa foi o escolhido em uma lista de seis finalistas. “Baby”, de Marcelo Caetano, “Kasa branca”, de Luciano Vidigal, “Manas”, de Marianna Brennand, “O último azul”, de Gabriel Mascaro, e “Oeste outra vez”, de Erico Rassi, também estavam na disputa.

“O momento do Brasil é importante e o momento de ‘O agente secreto’ é importante”, disse Sara Silveira, presidente da comissão Brasil Oscar 2026, no momento do anúncio. “Cem por cento desses filmes são filmes bons. Teve um trabalho e pensamento dessa comissão para que a gente conseguisse chegar no nome dessa representação. Essa escolha está no cérebro dessas 15 pessoas, foi raciocinada e pensada. Não foi luta, nem conflitos enormes. Houve uma harmonia. A gente está tendo a oportunidade de fazer uma escolha pós-vitória o último Oscar com ‘Ainda estou aqui’. Somos pessoas sérias, idôneas.”

Sara avaliou que, para além de suas qualidades técnicas, o longa de Kleber Mendonça Filho é uma escolha relevante pelo momento político do Brasil e do mundo:

“‘O agente secreto’ vem casar essa resposta dada pelo nosso judiciário e a resposta dada pelo nosso cinema. Temos um filme que está falando sobre o período da ditadura e temos uma condenação de um grupo militar ditatorial. A mim especialmente tocou muito o meu coração, quando fui pra essa decisão. A questão toda politica e social do nosso pais tem que ser vista e respeitada. A representação do filme nesse momento politico social do nosso pais é um brinde à luta.”

Os debates entre as possibilidade dos candidatos à vaga, que foram comentados na imprensa e nas redes sociais desde a semana passada, também foram abordados durante o anúncio do indicado nacional.

“O debate claro que existiu, mas jamais foi bélico. Nunca houve Fla-Flu dentro dessa comissão”, disse Renata Magalhães, presidente da Academia Brasileira de Cinema.

Outro membro da comissão, o cineasta Jeferson De disse que o debate entre os filmes da lista de finalistas seguiu até o fim: “A gente adora debater. Temos uma comissão com muita diversidade de fato. Enquanto Sara não decretou o fim da votação, a gente adorava debater. O lugar do debate foi muito intenso, mas muito fraterno. Estamos num lugar olhando pro ano passado, vendo o que ‘Ainda estou aqui’ nos causou”.

A data limite para inscrição de filmes no Oscar é 1º de outubro e, para as outras categorias, 13 de novembro. A lista de indicados será divulgada no dia 22 de janeiro de 2026. A cerimônia do Oscar está marcada para o dia 15 de março do ano que vem.

Estrelado por Wagner Moura, “O agente secreto” se passa no final dos anos 1970, em meio ao regime militar. O ator interpreta Marcelo (Wagner Moura), um professor universitário e especialista em tecnologia, que volta ao Recife, sua cidade natal após anos afastado, vivendo em São Paulo, fugindo de seu passado misterioso.

Vencedor do Oscar de filme internacional este ano com “Ainda estou aqui”, Walter Salles destacou a escolha do Brasil para tentar a vaga na disputa novamente:

“Em primeiro lugar, viva esse ano tão fértil da nossa cinematografia. E justamente nesse ano, o Cinema Brasileiro tem novamente a chance de ter várias indicações ao Oscar. Os prêmios de melhor direção e melhor ator em Cannes aconteceram por ótimas razões: ‘O agente secreto’ é um filmaço, um grande filme político sobre os anos 70, um grande thriller, um grande filme sobre a paternidade e a transmissão, um grande filme sobre memória e resistência, uma grande carta de amor ao cinema. Essas qualidades indicam que ele terá vida longa. Como bem disse a Nanda (Fernanda Torres), Kléber e Wagner estão em sua plenitude enquanto criadores. Fico muito feliz por eles e pelo cinema brasileiro”, comentou o cineasta em comunicado à imprensa.

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