Sexta-feira, 26 de dezembro de 2025

Flávio Bolsonaro diz que buscará apoio internacional para disputa à Presidência do Brasil

Com alta rejeição nas pesquisas de intenção de voto e a resistência do Centrão e do mercado financeiro, o senador e pré-candidato à Presidência Flávio Bolsonaro (PL-RJ) voltou a se apresentar como “Bolsonaro moderado”, em uma tentativa de reduzir as resistências ao seu nome, e afirmou que tentará buscar apoio internacional para viabilizar sua pré-candidatura.

Em entrevista à Reuters, publicada na segunda-feira (22), Flávio disse que pretende viajar para os Estados Unidos, Argentina, Chile, Israel, além de países do Oriente Médio e da Europa no início do próximo ano. O parlamentar, no entanto, não detalhou a agenda de viagens nem disse com quais autoridades se reunirá.

Segundo senador, a sua agenda de viagens internacionais está sendo organizada pelo ex-deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos desde março e teve seu mandato cassado pela Câmara, além do passaporte diplomático cancelado. Flávio afirmou que ainda não há definições sobre um eventual encontro com autoridades americanas, mas disse que gostaria de se reunir com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O presidente americano, no entanto, tem mantido uma relação cordial com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e recuou do tarifaço decretado em agosto a produtos brasileiros.

Em um dos acenos que têm feito para tentar mostrar-se como mais “palatável” ao mercado financeiro, Flávio defendeu uma agenda liberal na economia, com a redução do tamanho do Estado, dos impostos e a ampliação das privatizações. Na entrevista, o filho mais velho do ex-presidente Jair Bolsonaro prometeu dar continuidade “às reformas pró-mercado” do governo do ex-presidente.

“Sempre tive esse perfil: ser mais moderado, mais ponderado”, disse, ao se comparar com seu pai, que está inelegível, preso por tentativa de golpe de Estado e condenado a 27 anos e 3 meses de prisão. “Sou um Bolsonaro que se vacinou. Tomei duas doses da AstraZeneca, e meu pai preferiu não tomar”, afirmou sobre a vacina contra covid-19, tentando marcar diferenças em relação a Bolsonaro.

Em outro aceno ao mercado, Flávio defendeu ampliar as privatizações de empresas como os Correios, e sugeriu uma análise mais aprofundada dos ativos da Petrobras. “É um grande conglomerado de empresas”, disse sobre a petrolífera. “Precisamos ver o que funciona e deve continuar, e o que não funciona.” O senador disse que vê espaço para “revitalizar o mercado de aviação comercial do Brasil com uma nova concorrência para melhorar os serviços e os preços”.

Flávio tem conversado com investidores, que têm preferência pela candidatura presidencial do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Em São Paulo, o senador teve ao menos dois encontros, cada um com cerca de 40 empresários e representantes do mercado financeiro.

No entanto, lideranças do Centrão, como o presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI), ainda apostam em Tarcísio. No meio político, há dúvidas se Flávio vai conseguir manter o patamar de intenção de votos, como o registrado em recente pesquisa da Genial/Quaest, que mostra o senador em segundo lugar, atrás do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Flávio é rejeitado por 62%, segundo a Genial/Quaest; outros 23% afirmaram que “poderão votar”, 13% declararam voto nele e 2% não responderam. Dos entrevistados, 54% consideram que a escolha de Flávio por Bolsonaro foi um erro e para 36%, um acerto; outros 10% não responderam. (Com informações do Valor Econômico)

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