Sábado, 02 de agosto de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 2 de agosto de 2025
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) atacou Alexandre de Moraes logo após o ministro fazer um pronunciamento no Supremo Tribunal Federal (STF), nesta sexta-feira (1º). Em sua conta na rede social X, o filho de Jair Bolsonaro (PL) pediu impeachment do magistrado, quem acusou de mentir e antecipar o julgamento sobre a suposta trama golpista, que tem o ex-presidente como um dos réus.
“O discurso de ódio de Alexandre de Moraes, com mentiras, calúnias e antecipação de julgamento, retratam o nível de sua cegueira quanto a destruir a democracia a título de “‘salvá-la’”, escreveu Flávio Bolsonaro. “Ameaça Eduardo Bolsonaro de se vingar no processo em que ele próprio é o relator, sendo que ele JAMAIS poderia sequer participar do julgamento, uma vez que a acusação é exatamente buscar sanções contra o próprio Moraes. Uma óbvia e objetiva causa de impeachment (Art. 39, II da Lei 1.079/50)”, prosseguiu.
“NÃO HÁ transparência, há vazamentos seletivos para destruir reputações e promover linchamentos públicos. Processo viciado e integralmente maculado. Por muito menos, mas muuuuuuito menos, Lula foi descondenado… mas contra Bolsonaro vale tudo! Quando remédios constitucionais são suscitados para reagir à tirania, são reinterpretados como sendo ‘atitudes golpistas’ ou ‘ataques ao STF’. Não! Moraes faz mal ao Brasil, ao STF e à democracia!”, concluiu o senador
Em sessão no Plenário do Supremo nesta sexta-feira, Alexandre de Moraes afirmou que quem está agindo por sanções contra ministro da Corte, com ameaças até contra familiares dos magistrados, será responsabilizado. Sem citar nomes, ele classificou essas pessoas como “traidores” e “covardes”.
“Ameaças covardes e infrutíferas dirigidas a membros dessa Corte. Mais grave e patético desses traidores, ameaças a esposas e familiares, citando nominalmente as esposas do ministro Gilmar [Mendes] e Cristiano [Zanin] demonstrando não haver limites para a ousadia e covardia dessa organização criminosa que será responsabilidade, será integralmente responsabilizada”, afirmou Moraes.
“Acham que estão lidando com pessoas da laia deles. Acho que estão lidando também com milicianos. Mas não estão. Estão lidando com ministros da Suprema Corte. Engana-se essa organização criminosa ao esperar que a permanente continuidade dessa torpe coação possa gerar uma covarde rendição dos poderes constituídos brasileiros”, acrescentou.
“Enganam-se em esperar fraqueza institucional ou debilidade democrática. A soberania nacional jamais será extorquida. O STF sempre será absolutamente inflexível na defesa da soberania nacional e no compromisso com a democracia. Jamais faltará coragem para repudiar as agressões”, prosseguiu.
“Jamais faltará coragem para repudiar as agressões contra os inimigos da soberania nacional, inimigos da democracia. O poder Judiciário não permitirá qualquer tentativa de submeter o funcionamento do STF ao crivo de outro Estado por meio de atos hostis, derivados de negociações espúrias e criminosas de agentes e políticos brasileiros foragidos com Estado estrangeiro, com patente obstrução à Justiça e claro e flagrante finalidade de coagir essa Suprema Corte”, completou Moraes.
O ministro também afirmou que ele o Supremo vão ignorar as sanções impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por meio da Lei Magnitsky, e as ameaças de novas punições por parte do governo norte-americano.
“As ações prosseguirão. O rito processual do STF não se adiantará, não se atrasará. O rito processual do STF irá ignorar as sanções praticadas. Esse relator vai ignorar as sanções aplicadas e continuar trabalhando como vem fazendo, sempre de forma colegiada, diferentemente das mentiras, das inverdades, da desinformação das redes sociais. O devido processo legal no STF é sempre realizado pelo colegiado”, ressaltou.
O ministro se referiu ao julgamento da suposta tentativa de golpe de Estado que tem Jair Bolsonaro e aliados como réus. A sessão extraordinária marcou a abertura do segundo semestre do Poder Judiciário. Foi a primeira sessão do STF após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acionar a Lei Magnitsky contra Moraes. Também foi a primeira vez que Moraes falou publicamente do caso.
A medida de Trump contra Moraes, que ocorreu na quarta-feira (30/7) e veio com imposição de tarifas aos produtos brasileiros, é motivada, sobretudo, pelo objetivo de livrar Jair Bolsonaro do julgamento na Primeira Turma do STF por suposta tentativa de golpe de Estado. O governo Trump já havia anunciado a suspensão dos vistos norte-americanos para Moraes e outros sete ministros ao Supremo, além do procurador-geral da República, Paulo Gonet. As informações são do portal O Tempo.