Domingo, 15 de junho de 2025

FMI avisa que países emergentes precisam se preparar para aperto monetário com as altas de juros nos Estados Unidos

As economias emergentes precisam se preparar para as altas de juros nos Estados Unidos, alerta o Fundo Monetário Internacional (FMI), ressaltando que movimentos mais rápidos do que o esperado pelo Federal Reserve (o Banco Central norte-americano) podem afetar os mercados financeiros e provocar saídas de capital e depreciação cambial no exterior.

Em mensagem divulgada nesta segunda-feira (10), a direção do Fundo disse esperar que o crescimento robusto nos Estados Unidos continuará, com a inflação provavelmente se moderando mais tarde no ano. O credor global vai divulgar novas projeções econômicas mundiais em 25 de janeiro.

O FMI acrescentou que um aperto gradual e bem telegrafado da política monetária nos EUA deve ter pouco impacto sobre os mercados emergentes, com a demanda externa compensando o impacto do aumento dos custos de financiamento.

Mas uma inflação de salários na economia norte-americana ou gargalos sustentados de oferta podem impulsionar os preços mais do que o esperado e alimentar expectativas de inflação mais rápida, provocando altas mais aceleradas dos juros pelo FED.

“As economias emergentes deveriam se preparar para potenciais períodos de turbulência econômica”, alerta o FMI, citando os riscos apresentados por altas de juros mais rápidas que o esperado pelo Fed e o ressurgimento da pandemia.

Na ata da sua última reunião de política monetária, o Fed revelou discussões de autoridades da instituição no sentido de subir os juros em um ritmo mais rápido do que o previsto.

Março vem aí

Presidente do FED de St. Louis, James Bullard afirmou recentemente que o Fed pode elevar os juros já em março, meses antes do esperado anteriormente, e que está agora em uma “boa posição” para adotar passos ainda mais agressivos contra a inflação, conforme necessário.

O potencial enxugamento de liquidez pelo BC norte-americano representa um desafio adicional para a classe de ativos emergentes (da qual faz parte o real), que costuma sofrer em situações assim devido ao risco de fuga de capital para os Estados Unidos, onde a rentabilidade dos títulos ficaria maior com a alta de juros, pano de fundo de daria suporte ao dólar.

Conforme a cúpula do órgão, mercados emergentes com pressões inflacionárias mais fortes ou instituições mais fracas devem agir rapidamente para deixar as moedas se depreciarem e elevar os juros.

Diretores do Fundo pedem aos bancos centrais que comuniquem clara e consistentemente seus planos para apertar a política monetária, e disse que os países com níveis altos de dívida denominada em moedas estrangeiras devem buscar proteger suas exposições onde possível.

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