Segunda-feira, 21 de julho de 2025

FMI melhora projeção e vê Brasil com crescimento acima do esperado

O Fundo Monetário Internacional (FMI) elevou a projeção de crescimento econômico do Brasil para este ano para 2,3%, ante os 2,0% vigentes desde abril, segundo comunicado divulgado nesta terça-feira.

A avaliação elogiou a política de juros conduzida pelo Banco Central (BC) para esfriar a demanda e, assim, controlar a inflação, e enalteceu “os esforços das autoridades para continuar melhorando a posição fiscal, ao mesmo tempo em que tentam atender às necessidades de gastos sociais”, ponderando que “mais passos são justificados” nessa área.

O comunicado traz impressões preliminares sobre a Consulta do Artigo IV com o Brasil. A Consulta do Artigo IV é o levantamento regular que os técnicos do organismo multilateral fazem sobre o estado da economia de cada país membro. Segundo o comunicado, os economistas do FMI mantiveram contatos com autoridades e representantes do setor privado nas duas últimas semanas.

Para a equipe do Fundo, liderada por Daniel Leigh, chefe da divisão Estudos Econômicos Mundiais do organismo multilateral, a desaceleração deste ano, ante o crescimento de 3,4% registrado em 2024, se deve “a condições monetárias e financeiras apertadas, uma redução do apoio fiscal e maior incerteza da política global”.

Inflação na meta no fim de 2027

“A inflação deverá atingir 5,2% até o fim de 2025, antes de convergir gradualmente para a meta de 3% até o fim de 2027”, diz o comunicado do FMI, tecendo elogios ao BC. “A mudança do BC para um ciclo de aperto em setembro de 2024 foi apropriada e consistente com o retorno da inflação e das expectativas de inflação à meta de 3%”.

Segundo os economistas do FMI, expectativas de inflação acima da meta e uma economia sobreaquecida, crescendo além de suas capacidades, justificaram os juros elevados.

Agora, “no contexto de maior incerteza da política global e expectativas de inflação acima dos níveis consistentes com a meta, manter a flexibilidade no ritmo e na duração do ciclo de alta é prudente”.

No campo da política fiscal, o comunicado do FMI evitou criticar o governo, citando os “esforços” para melhorar o equilíbrio das contas públicas, mas frisou que, para colocar “a dívida pública em um caminho firmemente descendente, abrir espaço para investimentos prioritários e facilitar um caminho de taxas de juros mais baixas, a equipe recomenda um esforço fiscal sustentado e mais ambicioso, apoiado por um quadro fiscal aprimorado, mobilização de receita e medidas de gastos”.

Reformas estruturais adicionais aumentariam o crescimento
No médio prazo, os economistas do Fundo veem a economia brasileira com capacidade de crescer ao ritmo de 2,5% ao ano, impulsionado pela “normalização” da política de juros e “fatores estruturais”, como a entrada em vigor da Reforma Tributária, que “aumenta a eficiência” da economia, e o avanço da produção de petróleo e gás. Ainda assim, “reformas estruturais adicionais” impulsionariam o crescimento no médio prazo.

Em abril, quando anunciou as revisões em suas projeções para a economia global — o que ocorre duas vezes ao ano, sempre em abril e outubro —, o FMI ajustou sua estimativa para o crescimento econômico do Brasil neste ano para 2,0%, ante 2,2% estimados anteriormente.

Essa revisão foi marcada por perspectivas mais pessimistas diante do agravamento da guerra comercial iniciada pelo presidente americano, Donald Trump. No início de abril, o mandatário anunciou um tarifaço sobre sobre tudo o que o país importa.

Nas revisões de abril, a redução para o Brasil foi até pequena. EUA, México, Canadá e China foram os destaques nas revisões para baixo, enquanto o Brasil passou relativamente ileso.

Brasil é resiliente ante guerra comercial, mas ela segue como maior risco

De lá para cá, tanto o pessimismo em relação aos efeitos da guerra comercial diminuíram quanto foi ficando mais claro que a economia brasileira esteve aquecida no primeiro trimestre. Semana passada, o IBGE informou que o crescimento foi de 1,4% ante o quarto trimestre de 2024.

Apesar da melhora em relação a abril, o comunicado do FMI ressalta que “os riscos para a perspectiva de crescimento são inclinados para o lado negativo em meio à maior incerteza da política global”. Ou seja, uma piora no cenário da guerra fiscal poderia minar o crescimento econômico também no Brasil.

Mesmo assim, o FMI vê o país relativamente bem preparado. “Um sistema financeiro sólido, reservas cambiais adequadas, baixa dependência de dívida em moeda estrangeira, grandes reservas de caixa do governo e uma taxa de câmbio flexível continuam a apoiar a resiliência do Brasil”, diz o comunicado. As informações são do portal O Globo.

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