Sábado, 20 de dezembro de 2025

Foguete brasileiro tem problema técnico e lançamento em Alcântara é adiado

O lançamento do foguete Hanbit-Nano, a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, foi adiado após a detecção de um problema em uma válvula do equipamento utilizada para o abastecimento do tanque de metano líquido do segundo estágio do foguete. De acordo com a empresa sul-coreana Innospace, que desenvolveu o veículo espacial, uma nova tentativa de lançamento deverá ocorrer neste domingo (21), às 14h45.

Trata-se do primeiro lançamento comercial de um veículo espacial a partir do território nacional.

Inicialmente, o lançamento estava previsto para ocorrer na quarta-feira (17). No entanto, durante a etapa final de averiguação dos sistemas, foi detectada uma anomalia em parte do sistema de refrigeração do oxidante do combustível. A empresa decidiu então adiar o lançamento para poder trocar os componentes.

A previsão de lançamento, então, passou para as 15h45 da sexta-feira. No início da tarde, porém, foi novamente adiado para as 21h30. Por volta das 20h30, a Innospace comunicou que, devido a detecção de problemas técnicos, o lançamento havia sido cancelado.

De acordo com a Força Aérea Brasileira (FAB), que conduz a operação de lançamento, a janela para uma nova tentativa se estende até o dia 22 de dezembro.

HANBIT-Nano

O HANBIT-Nano é capaz de atingir a atmosfera e chegar ao espaço em até três minutos, tem 21,9 metros de altura, pesa 20 toneladas e possui 1,4 metro de diâmetro. Em sua trajetória até a órbita da Terra, ele pode chegar a 30 mil km/h.

Em números simplificados, ele equivale à altura de um prédio de sete andares, pode voar até 30 vezes mais rápido que um avião comercial e tem peso semelhante ao de quatro elefantes africanos.

Batizada de Spaceward, a missão envolve um trabalho coordenado pela Força Aérea Brasileira (FAB) e pela Agência Espacial Brasileira (AEB). O objetivo é levar ao espaço cinco satélites e três dispositivos que auxiliarão pesquisas em mais de cinco áreas, desenvolvidas por instituições do Brasil e da Índia.

Um total de oito cargas úteis estão dentro da coifa na parte superior do veículo de lançamento: cinco pequenos satélites para colocação em órbita e três dispositivos experimentais, desenvolvidos por instituições e empresas do Brasil e da Índia. A propulsão do equipamento é híbrida, com combustível sólido e líquido.

Quando lançado, o foguete HANBIT-Nano poderá ser visto a olho nu dos céus de Alcântara (MA) e em parte do litoral de São Luís (MA).

Se bem-sucedido, o lançamento pode representar um avanço do Brasil rumo ao mercado global de lançamentos espaciais. A compensação monetária paga pela Innospace ao governo brasileiro para a missão não foi informada.

Nova fase

A Operação Spaceward, que vai lançar o HANBIT-Nano, marca o início de uma nova era do Programa Espacial Brasileiro. O foguete pode inserir o Brasil no mercado global espacial, contribuir na melhora da tecnologia dos dispositivos espaciais e atrair novos investimentos estrangeiros, alavancando o Programa Espacial Brasileiro.

A abertura da base ao mercado de lançamento de foguetes comerciais em Alcântara começou a se tornar possível devido a um Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST) assinado pelos governos brasileiro e dos EUA, em 2019.

Pelo acordo, dispositivos desenvolvidos com tecnologia norte-americana e por empresas privadas autorizadas por ele poderiam ser lançados de Alcântara, e o Brasil ficaria habilitado a receber uma compensação monetária.

Isso porque são os EUA que produzem grande parte dos componentes presentes em foguetes lançados no mundo. Porém, os norte-americanos não autorizam esses dispositivos a serem lançados por países nos quais eles não possuem acordos na área espacial. Com a assinatura, em 2019, o processo foi simplificado.

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