Quinta-feira, 18 de dezembro de 2025

Fraude do INSS: “Se tiver filho meu metido nisso vai ser investigado”, diz Lula

Ao ser questionado sobre a operação da Polícia Federal (PF) que prendeu o então número dois do Ministério da Previdência, Adroaldo Portal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira (18)que a PF tem autonomia para realizar suas investigações e que não há blindagem do governo a nenhum dos envolvidos, nem mesmo filho seu.

“A decisão de apurar esse fato foi do governo e por que demorou? Demorou porque como a gente não quer fazer pirotecnia, a gente queria investigar com seriedade a nossa controladoria levou praticamente dois anos fazendo investigação porque seria muito fácil você fazer uma denuncia e não apurar”, disse o presidente. “Se tiver filho meu metido nisso vai ser investigado”, completou.

O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do INSS, senador Carlos Viana (PSD-MG), afirmou que o colegido ouviu o relato de uma testemunha que apontava uma parceria comercial entre o empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, e o filho do presidente, Fábio Luís Lula da Silva, para atuar no ministério da Saúde. Lulinha, como é conhecido, não está entre os alvos de investigação da PF conhecidos.

A PF deflagrou nesta quinta uma nova fase da Operação Sem Desconto, que investiga esquemas de fraudes por meio de descontos indevidos em aposentadorias e pensões do INSS. O secretário-executivo do Ministério da Previdência Social, Adroaldo Portal, teve prisão domiciliar decretada e foi exonerado da função em seguida.

Além de Portal, o senador Weverton Rocha (PDT-MA), vice-líder do governo no Senado, foi alvo de um mandado de busca e apreensão. Adroaldo foi chefe de gabinete do senador. O parlamentar tinha influência sobre a indicação de cargos no Ministério e no INSS e foi o responsável pela nomeação de André Fidelis para a diretoria de Benefícios do INSS, em 2023. O ex-diretor foi preso em outra fase da Sem Desconto, em novembro.

O advogado Eric Fidelis, filho de André Fidelis; e Romeu Carvalho Antunes, filho do empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”, foram presos preventivamente nesta quinta-feira.

Herdeira de um ex-acionista do banco Credit Suisse, a empresária Roberta Luchsinger também foi alvo de busca e apreensão na operação da Polícia Federal nesta quinta-feira. Ela é suspeita de envolvimento com Antônio Carlos Camilo Antunes. Parlamentares de oposição tentaram aprovar na CPI do INSS requerimentos de quebras de sigilo telemático e fiscal dela, além de um pedido de convocação, mas as iniciativas foram rejeitadas por articulação da base governista. Nos pedidos, parlamentares pontuaram que o objetivo era esclarecer as relações comerciais e financeiras entre ela e Antunes.

(Com O Globo)

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