Quarta-feira, 12 de novembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 29 de abril de 2025
A CGU está finalizando, para divulgar nos próximos dias, um extenso relatório sobre as atividades das entidades e associações que participaram do esquema que causou um prejuízo de R$ 6,3 bilhões em descontos associativos não autorizados por aposentados e pensionistas do INSS. Estima-se que 6 milhões de pessoas tenham sido vítimas das fraudes.
A principal conclusão é: elas não tinham capacidade operacional; a maioria das 29 entidades analisadas pelo relatório era de fachada.
O documento lista 29 dessas empresas picaretas, mas o foco principal da roubalheira se concentra em onze: Contag, Sindnapi, ABCB/Amar Brasil, CAAP, Ambec, Conafer, AAPB, AAPPS Universo, Unaspub, APDAP PREV (Acolher) e AAPEN (ABSP).
A partir desse relatório e das investigações da PF a operação da semana passada, batizada de Sem Desconto, terá desdobramentos, ou seja, novas fases.
A Polícia Federal cita relatórios da CGU e do Tribunal de Contas da União segundo os quais “esses descontos em massa somente foram possíveis porque o procedimento adotado pela autarquia prevê a possibilidade da implantação do desconto mediante a simples apresentação, pela associação (no caso a Contag) ao INSS e Dataprev, de uma lista de segurados e valores a serem consignados”, o que contraria um decreto que exige a anuência prévia e individual de cada segurado do INSS autorizando os descontos.
A assessoria da ABCB enviou a seguinte nota: “A ABCB esclarece que as reclamações registradas no portal Reclame Aqui representam uma fração mínima do total de associados. Todos os apontamentos são analisados individualmente, com prioridade e seriedade, visando a pronta resolução de eventuais inconsistências. Destaca-se que a ABCB é uma associação regularmente constituída, dedicada ao exercício de atividade social, beneficiando seus associados com inúmeros serviços, os quais se filiam de forma transparente, em procedimento que conta com rígidos critérios, inclusive de biometria, de acordo com a legislação pertinente. “Temos que apurar e punir associações que receberam recursos para oferecer serviços aos aposentados e pensionistas e, indevidamente, se apropriaram destes valores. Mas também não podemos generalizar e sair punindo todas as associações, pois muitas oferecem serviços relevantes a estas pessoas, cumprindo a finalidade deste acordo de cooperação técnica,” afirma o advogado de defesa da ABCB Fernando José da Costa.”) . As informações são do portal O Globo.