Por Redação do Jornal O Sul | 25 de abril de 2025
A Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag), uma das entidades investigadas na ampla operação da Polícia Federal (PF) por supostas fraudes contra o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), manteve uma relação próxima com o governo federal no último ano, tendo participado de encontros com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao menos seis ministros de Estado.
De acordo com informações divulgadas pelo jornal O Estado de S. Paulo, em abril de 2024, representantes da Contag estiveram no Palácio do Planalto para entregar pessoalmente uma pauta de reivindicações ao presidente Lula. Na ocasião, o petista recebeu a comitiva acompanhado do ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, e do titular da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo.
Além desse encontro direto com o chefe do Executivo, a direção da entidade também foi recebida por outros membros do alto escalão do governo. Entre eles, estiveram os ministros Fernando Haddad, da Fazenda; Luiz Marinho, do Trabalho; Marina Silva, do Meio Ambiente; e Cida Gonçalves, das Mulheres.
A influência da Contag junto à atual gestão não se restringiu a esses encontros. Em 2025, o ministro Paulo Teixeira participou do Congresso Nacional da entidade, que é presidida por Aristides Veras. Veras é uma figura histórica ligada à fundação do Partido dos Trabalhadores (PT) nos anos 1980 e segue tendo papel relevante nas articulações políticas do movimento sindical rural.
Investigação da PF
A Contag é uma das 11 organizações que estão sendo investigadas por supostamente realizarem descontos irregulares nos benefícios de aposentados e pensionistas vinculados ao INSS. Segundo estimativas do governo federal, os prejuízos causados pelas fraudes giram em torno de R$ 6,3 bilhões, afetando diretamente cerca de 6 milhões de beneficiários. Esses atos teriam ocorrido entre 2019 e 2023, período que inclui tanto o governo de Jair Bolsonaro quanto o início do terceiro mandato de Lula.
A operação da Polícia Federal foi deflagrada na última quarta-feira (23), e se estendeu por vários Estados do País. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão, além de ordens de prisão preventiva. Como consequência direta da investigação, o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi exonerado do cargo, e outros quatro membros da alta cúpula do instituto foram afastados de suas funções. (Com informações do jornal O Estado de S. Paulo)
