Segunda-feira, 12 de maio de 2025

Fraude no INSS: vice-presidente da República diz que Caixa estuda atender presencialmente aposentados que sofreram descontos

O vice-presidente e ministro de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, disse neste domingo (11) que a Caixa avalia formas de oferecer atendimento presencial a aposentados e pensionistas que sofreram descontos irregulares nos pagamentos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Os descontos foram feitos por entidades associativas sem autorização e conhecimento dos aposentados. O caso veio à tona com a Operação Sem Desconto, deflagrada em 23 de abril pela Polícia Federal em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU).

A suspeita dos investigadores é que os descontos sem autorização possam ter chegado a R$ 6,3 bilhões entre 2019 a 2024.

O atendimento presencial deve ser um novo canal de comunicação entre o INSS e as vítimas, já que hoje os únicos meios previstos para queixas e solicitações de ressarcimento são a plataforma “Meu INSS”, que pode ser acessada no celular ou no computador, e o número telefônico 135.

“Tudo será feito através da plataforma do Meu INSS. Agora, tem pessoas que têm dificuldade, não têm internet, então, a Caixa Econômica Federal está estudando uma maneira — ela tem uma rede muito bem distribuída pelo país — de ajudar quem precisar de atendimento presencial”, afirmou Alckmin.

Ele participou da 5ª Feira Nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), realizada neste domingo em São Paulo.

Em nota divulgada neste domingo, a Caixa informou que apoia iniciativas do governo, mas ainda não detalhou como deverá ser o atendimento presencial.

“A Caixa reafirma seu papel como principal parceira do Governo Federal […]. Informa que apoia e está pronta para contribuir com as iniciativas do Governo em prol da população brasileira”, afirmou o banco.

“A Caixa, braço do governo na execução de políticas públicas, conforme cita o vice-presidente, Geraldo Alckmin, vai agir de acordo com as regras estabelecidas pelo Governo Federal”, concluiu.

Na sexta (9), o INSS divulgou um comunicado anunciando a devolução de R$ 292,6 milhões para aposentados e pensionistas entre os dias 26 de maio e 6 de junho.

Esse valor é referente às mensalidades de entidades associativas que foram descontadas em abril, mesmo após o bloqueio determinado pelo governo. Descontos continuaram ocorrendo em maio, segundo o INSS, porque a folha de pagamentos já havia sido rodada.

“O dinheiro foi bloqueado pelo INSS e será devolvido aos beneficiários na folha de maio”, informou o instituto.

Notificação

Na semana passada, o INSS afirmou que cerca de 9 milhões de aposentados e pensionistas tiveram descontos em seus benefícios nos últimos anos. Essas pessoas terão de informar se os débitos foram autorizados por elas ou não para receberem o ressarcimento dos valores.

Os investigadores suspeitam que cerca de 4 milhões tenham sido vítimas de fraudes.

Os aposentados que tiveram descontos deverão receber na próxima terça (13) uma notificação pelo aplicativo “Meu INSS”. Não haverá contato por telefone nem mensagem SMS, informou o instituto.

No dia seguinte à notificação, dois canais estarão disponíveis para que os segurados possam verificar qual associação realizou o desconto e o valor descontado: “Meu INSS” e a central de atendimento 135.

O governo ainda prepara um plano para realizar o ressarcimento total, que envolve acionar as associações de aposentados na Justiça. A suspeita é que a maioria delas fosse de fachada e uma parte tenha pago propina para servidores do INSS.

 

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