Terça-feira, 10 de junho de 2025

Frederick Forsyth, autor de O Dia de Chacal, morre aos 86 anos

O escritor britânico Frederick Forsyth, um dos mestres dos romances de espionagem, além de ter sido piloto da Royal Air Force, repórter e agente secreto, morreu, nesta segunda-feira (9), aos 86 anos, anunciou seu agente literário.

Forsyth, que se tornou autor por necessidade econômica, escreveu cerca de 20 romances, que venderam aproximadamente 70 milhões de exemplares em todo o mundo, entre eles O Dia do Chacal (1971), e A Lista (2013).

“Lamentamos a morte de um dos melhores autores de suspense do mundo”, reagiu Jonathan Lloyd, da agência Curtis Brown, em um comunicado.

Em suas obras, romances extremamente bem documentados nos quais mercenários, espiões e vilões se enfrentam em vertiginosos jogos de poder, este britânico de compleição forte, olhar agudo e rosto largo usou a própria vida como inspiração.

Foi em 1969 que ele pensou em escrever livros. Então com 30 anos, tinha acabado de voltar de Biafra, onde cobriu para a BBC a guerra civil no sudeste da Nigéria (1967-70), desencadeada pela proclamação de independência da República de Biafra.

No entanto, suas análises a favor de Biafra não agradaram a linha oficial da emissora e do Ministério das Relações Exteriores. Forsyth se demitiu e ficou sem um centavo.

Nascido em 25 de agosto de 1938, em Kent (sudeste da Inglaterra), filho de pai peleteiro e mãe costureira, recorreu, então, a suas lembranças como correspondente em Paris, para onde a agência Reuters – que buscava um jornalista francófono – o tinha mandado no começo dos anos 1960.

Entre 1961 e 1963, “me transformei na sombra de [Charles] De Gaulle”, o então presidente francês, explicou em sua autobiografia, O Outsider: Minha vida na intriga (2016).

Quando o chefe de Estado francês foi vítima de uma tentativa de assassinato, em 1962, a sudoeste de Paris, Forsyth estava na capital francesa. “Esse foi o pano de fundo do meu primeiro livro”, intitulado O Dia do Chacal.

Verossimilhança

Na hora de escrever, este ex-piloto da Royal Air Force (RAF), que obteve a licença aos 19 anos, estabeleceu duas regras muito pouco comuns: manter os nomes reais dos personagens e contar a história com todos os detalhes técnicos possíveis.

Escritores como Tom Clancy, Robert Ludlum e Robert Littell, que o consideravam o inventor do gênero tecno-thriller, seguiriam as mesmas regras.

Recusado por cinco editoras, O Dia do Chacal foi finalmente publicado em 1971. Nove milhões de leitores compraram o livro que conta a história de um assassino profissional contratado para matar De Gaulle, adaptado para o cinema por Fred Zinnemann em 1973.

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