Sábado, 10 de maio de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 18 de fevereiro de 2022
O ministro do STF Edson Fachin, que assume na terça-feira a presidência do Tribunal Superior Eleitoral, afirmou que o tribunal é sensível a ataque de hackers, ao temer uma investida da inteligência russa. Assim, Fachin desafinou do discurso dos seus colegas Luis Roberto barroso e Alexandre de Moraes, que afirmam peremptoriamente que o sistema que cuida do processo eletrônico da eleição é imune a todo e qualquer ataque. Fachin, ao admitir a vulnerabilidade a ataques hackers, desautorizou o atual presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, que, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, garantiu que não há risco de que ataques cibernéticos capazes de interferir no resultado das urnas durante as eleições. Barroso afirmou que “Você pode derrubar o sistema do TSE, mas não tem como fraudar a eleição”.
TSE admite ter identificado 712 riscos
A preocupação do ministro Edson Fachin faz sentido: no documento oficial entregue pelo Tribunal Superior Eleitoral ao Ministério da Defesa, em resposta aos questionamentos sobre a vulnerabilidade do sistema, a Corte admite ter identificado 712 riscos ao sistema eleitoral, desde as eleições de 2018. O documento com as respostas vazou ontem no gabinete do ministro Luís Roberto barroso.
Falta compostura e impessoalidade a ministros do STF?
As falas recentes dos ministros Luís Roberto Barroso, Edson Fachin, e Alexandre de Moraes têm causado constrangimentos a ex-ministros da Corte, surpreendidos com a falta de compostura dos atuais. Há poucos dias, o ex-ministro Marco Aurélio Mello trouxe a publico essa avaliação de bastidores, e criticou o discurso de Barroso, ao qual classificou como beligerante. “Um discurso que não prezou a impessoalidade e atacou o presidente da República. Não vi com bons olhos.” Marco Aurélio Mello destacou que o momento requer harmonia entre os poderes. “Não há espaço para esse antagonismo. Princípio básico da administração pública é a impessoalidade e Judiciário é administração pública.”
Podemos ter surpresas
A prisão do ex-presidente de Honduras Juan Orlando Hernández, alvo de pedido de extradição do Departamento de Justiça dos EUA, é mais um nome da delação premiada do general venezuelano, e ex-chefe do Serviço Secreto, Hugo Armando Carvajal, apelidado “El Pollo”. Ex-comandante do Exército, ele é acusado de proteger as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), e com seu apoio logístico permitir o envio de toneladas de cocaína para os EUA.
Carvajal na sua delação entregue ao juiz espanhol Manuel García-Castellón cita como exemplos “concretos” de beneficiados pelo esquema de financiamento do narcotráfico: o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva; Néstor Kirchner, na Argentina; Evo Morales, na Bolívia; Fernando Lugo, no Paraguai; Ollanta Humala, no Peru; Zelaya, em Honduras; Gustavo Petro, na Colômbia; Movimento Cinco Estrelas, na Itália; e o partido Podemos, na Espanha. A preocupação da esquerda latino-americana aumentou, após a extradição para os EUA, do diplomata e empresário Alex Saab, suposto testa de ferro de Nicolás Maduro.
A intervenção na Petrobras: A volta ao local do crime?
O ex-presidiário Lula promete intervir na Petrobras. De Petrobras, ele entende. O Tribunal de Contas da União aprovou, sob a relatoria do ministro Benjamin Zymler, estudo econométrico no qual foram apurados os prejuízos causados por cartel que teria atuado em contratações da Petrobras entre 2004 e 2012. Ao todo, as 24 empresas que comprovadamente fizeram parte desse cartel causaram prejuízo à Petrobras de R$ 12,3 bilhões. Esse valor atualizado e com juros é hoje superior a R$ 18 bilhões. Um levantamento de peritos da Polícia Federal mostra que todas as operações financeiras averiguadas nas investigações da Lava Jato nos governos do PT somam R$ 10 trilhões. Comparando: o PIB do Brasil a de 2021, foi calculado em R$ 8 trilhões. O ex-governador Geraldo Alckmin está repleto de razão quando afirma que “Lula quer voltar ao local do crime”.