Domingo, 28 de abril de 2024

Gelo na tigela e brincadeiras na água: como aliviar o sofrimento dos pets em momentos de calor extremo

As altas temperaturas estão entre os grandes problemas de saúde pública da década no planeta, destaca a revista Lancet. Morrer de calor não é figura de linguagem: é um risco real, alertam cientistas. E não o risco não é só para humanos. Muitos minimizam os danos que o sol forte e abafado pode causar nos pets.

Sem os cuidados certos, cães e gatos sobretudo, podem sofrer com desidratação, isquemia e problemas no coração com altas temperaturas. Ambos, diferente dos humanos e de outros animais, como os cavalos, não possuem glândulas sudoríparas espalhadas pelo corpo e não conseguem controlar a temperatura corporal por meio do suor. Eles usam, em contrapartida, as patas e a respiração para regular a temperatura e resfriar o corpo.

“Por este motivo os cães e gatos tendem a ficar mais quietos e letárgicos no calor. Parece que eles estão descansando ou ficam um pouco mais moles. Na verdade, eles estão fazendo essa termorregulação para chegar na homeostase, ou seja, quando o corpo entra em equilíbrio de temperatura. Porém, essa ação gasta muita energia e eles se cansam muito mais fácil no calor”, explica a veterinária de São Paulo, Beatriz Queiroz Muniz.

Os gatos costumam lamber os pelos para se refrescar com a saliva. Por esses animais conseguirem superaquecer mais rápido e facilmente que os humanos, eles podem enfrentar a hipertermia, que é justamente esse aquecimento corporal pela falta da regularização da temperatura, podendo ser fatal para os bichos.

“Entre os principais sintomas e sinais de alerta que os animais podem apresentar e que devemos ficar atentos são o estado de letargia, sonolência, respiração ofegante e excessiva, tremores, salivação, inquietação e falta de apetite. Sintomas mais graves como diarreia e vômito, gengivas e línguas arroxeadas e incoordenação motora podem ocorrer”, afirma Marina Ferreira, veterinária de São Paulo e proprietária de um pet shop na capital paulista.

Cães e gatos também podem sofrer por desidratação por perda rápida de líquidos e falta de reposição, insolação por exposição ao sol sem proteção e acesso à sombra e queimaduras nas patas, decorrentes do contato com superfícies quentes e até mesmo problemas neurológicos, como convulsões. No calor, os animais também podem apresentar vasodilatação, ou seja, quando há o aumento do fluxo sanguíneo.

“Animais mais velhos ou com alguma cardiopatia, estão em maior risco durante as ondas de calor. Cachorros e gatos chamados “braquicéfalicos” (pug, bulldog, shih-tzus e persas), ou seja, que apresentam uma cabeça mais achatada e o focinho mais encurtado, correm maior risco com as altas temperaturas em razão de suas características físicas que prejudicam suas vias respiratórias e não conseguem fazer uma boa termorregulação. Cachorros e gatos brancos também não podem ficar expostos ao sol por longos períodos, pois podem desenvolver câncer de pele com maior facilidade”, explica Queiroz.

Outra questão no calor com os cães, principalmente, é a presença de pelos. Apesar de ser um isolante térmico, o excesso de pelo pode causar mais calor, o que facilita o superaquecimento corporal. É importante, nesses casos, levar os animais em um profissional para tosa, a fim de reparar os pelos e cortar o excesso, mas sem tirar todo o pelo, pois, a pele pelada em contato com o sol intenso pode causar queimaduras, lesões e até mesmo câncer de pele.

Alívio

O médico veterinário Alexandre Pina, especialista em virologia e professor da Universidade Unigranrio de Duque de Caxias, afirma que o ideal é manter o animal dentro de casa ou em um lugar sombreado, sem a presença do sol e com o chão mais fresco.

“Deve-se trocar de duas a três vezes por dia a vasilha de água para ter um líquido mais fresco e frio. Também é importante evitar passeios em horários em que o sol esteja mais forte, ou seja no final da manhã até umas 16 horas. Prefira sempre sair no começo da manhã ou à noite”, afirma Pina.

Mais de 80% dos donos de cães relatam treinar seus cães com menos vigor, ou por períodos mais curtos, durante o tempo quente. Isso pode ajudar a evitar doenças relacionadas ao calor. Também é importante não deixar alimentos durante o dia nos comedouros para evitar fermentações ou deterioração, o que causa intoxicações nos animais. Em dias quentes, deve-se fornecer comida apenas nos horários que os animais estão habituados.

O ventilador é indicado. Mas nem todos gostam do vento do aparelho, alguns se sentem incomodados. É só observar. Se eles rejeitarem, se afastam. Não insista. O ideal é o ventilador não ficar voltado direto para o pet. Coloque- em um local mais alto ou no modo giratório.

Os animais costumam gostar de ambientes com ar-condicionado, apenas importante ele sair do ambiente de vez em quando.

Estimule brincadeiras com água desde cedo. Se isso não foi feito na infância, eles podem resistir um pouco na fase adulta. O gelo na tigela é uma boa opção, melhor do que colocar a pedra na boca do seu bichinho.

Com a explosão do mercado pet, também é possível comprar sorvetes especializados para cães ou congelar sachês de comida para eles comerem lambendo aos poucos e se refrescando e dar algumas frutas congeladas. Porém, vale lembrar, que para isso é preciso da orientação de um médico veterinário para saber quais frutas são benéficas e quais são tóxicas para seu animal.

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