Sexta-feira, 20 de junho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 20 de junho de 2025
O ex-governador Germano Rigotto comentou ontem as implicações a partir do anúncio de aumento da Taxa Básica de Juros (Selic) em 0,25% ao ano, passando para 15% anuais, o que, segundo ele, “surpreendeu a maioria do mercado que previa uma estabilização temporária em 14,75% (ao ano)”.
Germano Rigotto conversou ontem à noite com o colunista e lembrou que esta semana o presidente da Calçados Beira Rio, Roberto Argenta, mencionou o erro do Conselho Monetário Nacional em estabelecer uma meta de inflação difícil de ser cumprida, que baliza a ação do Banco Central.
O ex-governador, que é membro titular do Conselho Político e Social (COPS), órgão de consulta da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), lembra que “eu tenho cobrado há muito tempo que essa meta está muito difícil de ser cumprida, e esse é o erro inicial. No meu modo de ver, estabelecer uma meta de 3% ao ano, com intervalo de tolerância de 1,5% a 4,5%, está totalmente fora da nossa realidade histórica. Sou totalmente a favor do sistema de metas para a inflação, mas não com limites que só fazem o jogo do sistema financeiro. Uma meta de 4,5% com intervalo de tolerância de 1,5% a 4,5% seria muito mais razoável”, afirma.
O outro problema, explica, está no governo, “que tem dificuldades de cortar gastos e pelo contrário, acelera programas que significam aumento de gastos, de olho nas eleições de 2026”.
Para ele, “o Congresso também não está fazendo nada pela redução despesas, e R$ 60 bilhões para emendas é uma vergonha, não tem explicação”.
Como exemplo, Rigotto menciona que toda essa briga pelo IOF era por aumento de R$ 20 bilhões na arrecadação:
“Se o congresso cortasse R$ 20 bilhões, ficasse com R$ 40 bilhões, estaria fazendo um gesto para ajudar na questão fiscal. Mas não quer cortar emendas. E o aumento do número de deputados é outro absurdo”, afirma.
Antes foi Roberto Argenta alertando para a urgente dragagem do rio Taquari
No dia 13 de outubro de 2023, ao reinaugurar em Roca Sales a fábrica que havia sido inundada pela cheia do rio Taquari, o presidente da Calçados Beira Rio, Roberto Argenta, lembrou para as autoridades presentes à solenidade que já foi prefeito em Igrejinha, e na ocasião cuidou da dragagem do rio para evitar enchentes. Argenta, na ocasião, ofereceu aos prefeitos da região máquinas retroescavadeiras, caçambas e equipamentos para a dragagem do rio Taquari como medida para evitar futuras enchentes devido ao leito baixo do rio, se dispondo a arcar com os custos. Não obteve resposta.
Ontem, novo alerta de Luciano Hang: “Dragagem urgente do rio Taquari”
Ontem, o empresário Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, visitou Lajeado e Estrela, municípios inundados no Vale do Taquari, e mencionou a falta de dragagem no rio Taquari. Lembrou que “um ano após as enchentes históricas, o povo gaúcho volta a enfrentar problemas novamente”.
Segundo Luciano Hang, “após 2024, o rio Taquari ficou assoreado, cheio de areia, móveis e entulhos. Por isso, faço um apelo a todas as autoridades: draguem o rio urgentemente. Caso contrário, qualquer chuva o rio transbordará”.
Prefeito quer audiência com o governador para liberar recursos
O prefeito Airton Souza garantiu ontem que a dificuldade em dar início e concluir obras de proteção contra enchentes “não é um problema só de Canoas”. Em sua rede social do Instagram, Airton Souza gravou uma mensagem ao lado do vice-prefeito, Rodrigo Busato, lamentando a dificuldade em realizar as obras de reconstrução dos diques e fazer investimentos na saúde.
Airton Souza mostrou uma carta endereçada ao governador Eduardo Leite, na qual solicita uma audiência. O prefeito de Canoas mostrou-se contrariado com uma entrevista na qual o governador afirma que Canoas não havia entregue a documentação para se habilitar aos recursos da reconstrução. O prefeito diz que entregou a documentação dia 19 de maio na Secretaria Reconstrução com a promessa de que dia 15 de junho seria aportado o recurso, o que não aconteceu.
PEC do deputado Bibo Nunes que libera R$ 9 bilhões para desastres está parada no Senado
O deputado federal Bibo Nunes (PL) confirmou ontem para a coluna que esteve pessoalmente com o senador Rogério Marinho (PL-RN) “para reforçar um pedido importante ao povo brasileiro: que ele se junte à luta pela aprovação da PEC 44/2023, de minha autoria, que liberará quase R$ 9 bilhões para prevenção e resposta imediata a desastres”.
Bibo Nunes lembra que a PEC já foi aprovada com ampla maioria na Câmara dos Deputados, e a proposta está parada no Senado há quase um ano.
Famurs anuncia Gabinete Especial de Apoio aos municípios atingidos pelas enchentes
Atenta à dimensão desta nova crise climática, a presidente da Famurs, Adriane Perin de Oliveira, anunciou a criação de um Gabinete Especial de Apoio aos municípios atingidos pelas fortes chuvas que assolam diversas regiões do Estado. A iniciativa vai centralizar ações, articular recursos financeiros e oferecer suporte técnico permanente às gestões municipais.
Paulo Pimenta na Argentina: solidariedade de Lula e do PT a Cristina Kirchner, presa por corrupção
O deputado federal Paulo Pimenta realizou visita oficial a Buenos Aires, onde foi levar apoio oficial do PT, da esquerda brasileira, e do presidente Lula, à ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner, condenada por corrupção a 6 anos de prisão e proibida de forma perpétua a exercer cargos públicos, cumprindo pena em prisão domiciliar mediante o uso de tornozeleira. Em Buenos Aires, o deputado federal Paulo Pimenta (PT) fez um anúncio inusitado em entrevista à imprensa:
“O presidente Lula pretende visitar Cristina Kirchner, quando na sua viagem à Argentina, em 3 julho, para participar da cúpula do Mercosul”, afirmou.
Deputado Camozatto diz que governo gaúcho já está gastando por conta do patrocínio ao carnaval do Rio
O deputado estadual Felipe Camozatto (NOVO) denuncia que já foi publicado no Diário Oficial do último dia 13, o ato (página 4, Processo: 25/0801-0002109-8) que considera hóspedes oficiais do Rio Grande do Sul nove pessoas indicadas pela diretoria do Grêmio Recreativo Escola de Samba Portela do Rio de Janeiro com todas as despesas de hospedagem pagas para, segundo o deputado, “darem inicio à pesquisa e preparar os materiais para o samba-enredo e os ritos carnavalescos que o governador pretende patrocinar’.
Camozatto diz que “como deputado estadual, não posso aceitar isso! Já estamos estudando medidas para barrar esse absurdo.”
* Instagram: @flaviorrpereira