Domingo, 20 de julho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 19 de julho de 2025
O golpe da loja online falsa é o tipo de fraude mais comum no Brasil, predominando na maioria dos estados. É o que mostra uma pesquisa realizada pela plataforma de denúncias SOS Golpe em parceria com a CloudWalk, fintech dona da InfinitePay.
O levantamento analisou cerca de 11.800 denúncias na SOS Golpe entre janeiro e maio de 2025. Dessas, 5.300 (45,1%) estão relacionadas a golpes de compra. Os demais 54,9% envolvem outros tipos de fraudes digitais, não ligadas a compras.
O Distrito Federal é o local de maior registro de fraudes digitais no Brasil e também lidera o ranking de ocorrências do golpe da loja falsa, de acordo com o índice elaborado pelos pesquisadores.
Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Paraná aparecem logo em seguida entre os Estados que mais caem em golpes de compra.
Funcionamento
A vítima é atraída por uma promoção tentadora, geralmente vista nas redes sociais, e finaliza a compra em um site desconhecido, mas que parece confiável. O pagamento é feito por Pix, mas o e-mail de confirmação nunca chega, e a loja desaparece. A perda média de dinheiro nesse tipo de golpe é R$ 740.
“É o golpe que tem maior incidência em praticamente todos os estados brasileiros. Ele explora justamente aquela sensação de estar tirando vantagem de um ‘grande negócio’, quando na realidade o produto nunca chegará ao consumidor”, diz Marcia Netto, presidente da Silverguard, responsável pela SOS Golpe.
O Distrito Federal lidera o ranking por concentrar uma população com maior renda, resultando em mais atividade econômica e transações bancárias, explica Marcia Netto.
Outros golpes virtuais comuns que atingem os brasileiros são o da empresa clonada e o do vendedor de itens usados.
— Veja como cada um funciona:
* Golpe da empresa clonada
Ccriminosos copiam lojas online oficiais para enganar vítimas e receber pagamentos. Um exemplo desse golpe ocorreu em 2023, envolvendo um site fake que vendia ingressos para os shows da Taylor Swift no Brasil — como mostrou o g1, a página imitava o site da T4F e só aceitava Pix. Segundo a pesquisa, a perda média nesse tipo de fraude é de R$ 520.
* Golpe do vendedor de itens usados
Esse é um velho conhecido dos brasileiros. Um dos exemplos mais comuns é quando golpistas invadem contas no Instagram e passam a oferecer, aos seguidores da vítima, produtos que não existem. A perda média nesse caso é mais alta: R$ 1.810.
Vale observar que o golpe do vendedor de itens usados é o mais comum em Roraima, enquanto o da empresa clonada lidera no Acre — os únicos estados onde a fraude da loja falsa não ocupa a primeira posição.
Metodologia
Para fazer o levantamento, os pesquisadores cruzaram o número de denúncias na plataforma SOS Golpe com o volume de transações via Pix em cada estado, usando dados do Banco Central. Dessa forma, calcularam a proporção de fraudes por transação e ranquearam os estados do maior para o menor índice.
“Essa métrica nos ajudou a perceber, por exemplo, se um estado tem muitas denúncias apenas porque tem mais habitantes — ou se, proporcionalmente, os golpes estão mais disseminados”, explica a CloudWalk.
Proteção
Atenção aos valores muito atrativos: alguns criminosos podem estar vendendo produtos por um preço muito abaixo em redes sociais e em outras plataformas online. Desconfie sempre.
Observe o endereço (URL) do site, pois o portal online de uma grande empresa brasileira geralmente termina em “.com.br”. Algumas, porém, podem ter apenas “.com”, mas ainda vale observar para ver se não tem algo estranho nessa URL como extensões suspeitas (.top, .xyz, entre outras).
Pesquise a reputação da empresa em plataformas como Reclame Aqui e o Google. A pesquisa alerta que golpistas costumam usar nomes parecidos com marcas reais e criam sites falsos que têm visual convincente.
Evite fazer pagamentos usando Wi-Fi público. “Criminosos podem interceptar dados em redes abertas. Prefira usar a internet móvel”, recomenda a pesquisa.
Evite realizar pagamentos fora dos canais oficiais. Em golpes como o do “pedido cancelado”, o criminoso solicita que a vítima pague via Pix ou boleto bancário. “Nunca aceite pagar por fora em marketplaces”, orienta a pesquisa.