Terça-feira, 19 de agosto de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 18 de agosto de 2025
O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) denunciou à Justiça cinco três mulheres e dois homens investigados por suposto envolvimento em estelionato e associação criminosa na cidade de Camaquã (Região Centro-Sul do Estado). Conforme o processo, eles promoviam uma falsa rifa com sorteios fictícios e o apelo a uma criança com paralisia cerebral e cuja família não tinha conhecimento da fraude.
Responsável pela acusação, o promotor Fernando Mello Müller reivindica a prisão dos integrantes do grupo e o ressarcimento financeiro a cada uma das seis vítimas do esquema identificadas até agora. Também pede o repasse de R$ 20 mil a uma entidade local de apoio a crianças em situação de vulnerabilidade.
Ele detalha que três dos cinco denunciados já se encontram no sistema prisional gaúcho. O golpe foi cometido entre os dias 5 e 25 de julho, em horários e locais alternados de Camaquã, tais como o estacionamento de um supermercado na área central da cidade.
Como funcionava
“Os estelionatários abordavam de forma insistente as vítimas, utilizando-se de argumentos falsos e emocionais, além das imagens e histórias de uma criança com paralisia cerebral que realmente existe”, relata Müller. “O pretexto era arrecadar fundos em prol de um tratamento médico e compra de medicamentos.”
Na situação do estacionamento do supermercado, eles chegavam a dizer que o estabelecimento comercial apoiava as rifas, o que também era inverídico. Os valores dos golpes eram divididos entre os criminosos, sem qualquer repasse à criança, da qual uma das criminosas é madrinha.
“Acreditamos que são dezenas de vítimas, hipótese que continua sob apuração”, acrescenta o representante do Ministério Público. E há relatos de que os golpistas vendiam as falsas rifas durante festas em cidades vizinhas e outros municípios do Rio Grande do Sul. Uma prova disso é a apreensão de um automóvel com diversos talonários de rifas.”
(Marcello Campos)