Segunda-feira, 18 de agosto de 2025

Governador de Minas Gerais anunciou pré-candidatura a Presidência da República, mas sinalizou que deixa corrida caso Bolsonaro peça

“Meu sonho era ir ao circo”, contou o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), a um auditório lotado neste sábado (16), durante o lançamento de sua pré-candidatura à Presidência da República, em São Paulo.

Momentos antes, ele havia sido recebido no palco ao som de “Que País É Esse”, música do Legião Urbana, enquanto parlamentares do Novo se enfileiravam para aplaudi-lo. Apesar de toda a pompa preparada para o evento, que lança a pré-candidatura a um ano das eleições de 2026, Zema admitiu que tudo pode mudar se a conjuntura política assim exigir —especialmente se o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pedir.

“Eu já participei de duas campanhas, em 2018 e em 2022, e sempre falo que, no decorrer da campanha, ajustes feitos pelos partidos políticos sempre são possíveis”, declarou Zema ao ser questionado se abriria mão de sair à Presidência caso Bolsonaro pedisse. “Vejo com naturalidade essas mudanças na política. Vai depender muito das conversas entre os partidos”, acrescentou.

Zema elogiou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), visto por muitos na política como o favorito a ser o presidenciável apoiado por Bolsonaro, e afirmou que uma eventual candidatura do titular do Palácio dos Bandeirantes não seria um impeditivo para que ele se mantivesse na disputa.

“O cenário que eu vejo é a direita caminhar com vários pré-candidatos. E lá na frente, no segundo turno, todos estarão juntos. Agora, tudo na política muda. Tem fatos não previsíveis, situações que ninguém consegue imaginar. Mas hoje a proposta, e eu me sinto muito confortável, é ser pré-candidato à presidência pelo Partido Novo”, declarou.

Zema discursou por cerca de 15 minutos, promovendo ataques ao presidente Lula, ao PT e ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). O governador disse que, em 2026, haverá um acerto de contas “com os três maiores inimigos desse país: o lulismo, os parasitas do Estado e as facções criminosas”.

“Vamos chegar a Brasília para varrer o PT do mapa. Vamos chegar a Brasília para acabar com os abusos e as perseguições do Alexandre de Moraes. Vamos chegar a Brasília para libertar o Brasil”, disse Zema, que disse “sai do Brics, Brasil” e pediu que o país se liberte do lulismo nas urnas.

“O Brasil caminha na direção de outra crise econômica porque caminha à base de anabolizantes. A visão de que gasto é vida é de uma idiotice sem tamanho. Assim como a aproximação de regimes totalitários.”

Apesar de o entorno do governador apontar a necessidade de ele se tornar conhecido nacionalmente para viabilizar a própria pré-candidatura, Zema minimizou isso publicamente, alegando ter vencido duas eleições para o governo em Minas Gerais sendo um neófito na política na primeira delas.

O estado foi amplamente citado no discurso, sendo visto como estratégico nacionalmente porque, localizado na região central de um país de tamanho continental, é o segundo maior colégio eleitoral brasileiro e onde todos os presidentes eleitos desde a redemocratização tiveram a maioria dos votos.

“Em Minas, todos os Brasis se encontram”, afirmou o governador mineiro, que fez do evento uma vitrine de ações de sua gestão no estado. “Em Minas não há um beco, uma viela, que seja das facções, onde a nossa polícia não possa entrar. O nosso estado é 100% soberano. Quando eu assumi, Minas Gerais era uma festa para o novo cangaço”, disse.

Zema iniciou seu discurso com relatos de uma infância difícil —contexto no qual contou que ir ao circo era um luxo para sua família— e traçou uma linha do tempo de sua trajetória até o momento em que decidiu se filiar ao Novo, em 2018, em protesto à tentativa do então governador Fernando Pimentel (PT) de se reeleger.

“Eu sempre tive aversão à política, até vir a crise da Dilma, em 2015”, disse ele. “E em Minas foi pior ainda com o governo Pimentel”, contou.

Ele admitiu que, em sua cruzada nacional, o maior desafio será conquistar votos na região Nordeste, onde, segundo ele, “a direita é menos votada no Brasil”.

“O brasileiro está vendo, depois de 20 anos ou mais, que ficar recebendo eternamente o Bolsa Família não melhora a vida dele. É uma perpetuação de uma vida precária, sem dignidade, sem futuro. Eu acredito em emprego. No dia que o Nordeste acordar para isso, e já está acordando, nós vamos ver essa mudança”, afirmou ele. Com informações do portal Folha de São Paulo.

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