Quinta-feira, 31 de julho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 28 de julho de 2025
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD), classificou a atuação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em defesa do tarifaço imposto pelos Estados Unidos como “imperdoável” e se colocou contrário à possibilidade de concessão de um indulto ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
No mesmo tom, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), defendeu que discussões sobre a anistia não podem ser pautas centrais para a definição do voto dos eleitores no ano que vem. Ambos conversaram durante debate organizado pelo jornal O Globo na manhã dessa segunda-feira (28), mediado pela colunista Vera Magalhães.
Perguntado sobre a resposta ao tarifaço imposto pelo presidente americano Donald Trump, Leite disse que a mudança impede “regras estáveis para prosperar” e criticou a atuação de aliados de Bolsonaro em prol das tarifas.
“Para o Brasil, em específico, a gente tem uma carta enviada pelo presidente americano em defesa do ex-presidente Bolsonaro. Existem aqueles que atuam por isso, como o Eduardo Bolsonaro, que verbaliza que está defendendo o tarifaço, o que é inadmissível e imperdoável”, disse o governador.
Na esteira da análise de Leite, Paes avaliou que o ambiente de falta de consenso no país leva a família Bolsonaro a operar contra o Brasil nos Estados Unidos, “algo impensável”.
“Tivemos essa capacidade de construir consensos em vários momentos. De um tempo para cá, isso ficou insustentável, virou “destruição do inimigo”, e isso passa por algo impensável, que é ter uma força política doméstica operando contra os interesses do Brasil para destruir esse inimigo (interno). Só que quem sai perdendo com essa história é o Brasil”, disse.
Para o prefeito, que é aliado de Lula, o Brasil tem hoje uma oportunidade de reforçar o multilateralismo e fóruns internacionais de diálogo.
“O Brasil tem uma oportunidade incrível nesse momento em que o multilateralismo, aquilo que surge depois da Segunda Guerra se enfraquece, de buscar fortalecer o papel desse multilateralismo, e isso sempre foi uma característica da nossa diplomacia.”
Questionados sobre propostas de anistia e a concessão de um indulto a Bolsonaro, ambos afirmaram que o tema não deveria ser o foco central para os eleitores no ano que vem.
“Eu respeitei a decisão do Supremo Tribunal Federal em relação ao presidente Lula quando determinou a sua prisão, e acho que precisamos respeitar a decisão que vem agora. Uma torcida vibrou lá atrás, outra vibra agora, mas eu acho que não dá para comemorar a prisão de um presidente ou ex-presidente. Acho que essa é uma falha nossa, a gente precisa acerta o passo e não celebrar quando algum adversário é punido”, avaliou Leite.
Já Paes afirmou que o papel de políticos “moderados” é o de mostrar que as discussões não impactariam a vida da população, e sim apenas interesses individuais.
“A nossa capacidade deve ser de mostrar à sociedade brasileira que esse tema não pode ser um fator central na hora de definir o voto. O que nós, políticos moderados e de centro, precisamos é comunicar para a população que esse é mais um tema da pauta, mas que não tem qualquer influência na vida das pessoas.” (Com informações do jornal O Globo)