Quinta-feira, 04 de setembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 3 de setembro de 2025
Durante entrevista concedida na manhã dessa quarta-feira (3), o governador gaúcho Eduardo Leite manifestou posição contrária à concessão de anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro e demais envolvidos na suposta tentativa de golpe de Estado de 2022 ou nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. A declaração foi feita à Rádio Gaúcha, em Porto Alegre.
Ele também defendeu a ideia de que o tema seja discutido pelo Congresso Nacional somente após o fim do julgamento dos réus, iniciado nesta semana pelo Supremo Tribunal Federal (STF):
“A discussão é legítima, já que a anistia é algo previsto inclusive na legislação brasileira, embora do ponto-de-vista jurídico é questionável se pode ser aplicada para tentativa de golpe de Estado. De qualquer forma, não acho saudável pautá-la nesse momento. Acho o tema um erro, ruim para o País”.
Ao manifestar tal opinião aos entrevistadores, o governador certamente desagradou ao muitos bolsonaristas, que ainda respondem por ampla parcela do eleitorado que Leite ainda tenta cooptar em seu plano de concorrer à Presidência da República no ano que vem. Desde a pré-candidatura frustrada ao Palácio do Planalto no pleito de 2022, ele tem se apresentado como uma alternativa à polarização política.
Bastidores partidários
Eduardo Leite filiou-se ao PSD no início de maio, após deixar o PSDB que o projetara em sua cidade natal, Pelotas (Região Sul). No sábado (30), durante encontro em Porto Alegre com outros de líderes do partido, o presidente nacional da sigla, Gilberto Kassab, defendeu publicamente a candidatura de Eduardo Leite ao Planalto. O evento também marcou a filiação de 30 prefeitos gaúchos ao partido, oriundos do PP, PRD e do PSDB.
Ele defendeu o papel do ex-tucano na atual conjuntura política brasileira, marcada por polarizações e tensões. Também elogiou a postura do chefe do Executivo do Rio Grande do Sul. “Vocês podem ter certeza absoluta. Eu acho que o Brasil está preparado para ter Eduardo Leite presidente, pois o País merece uma pessoa com esse perfil”, discursou.
Ao lado de Leite no evento, Kassab reforçou a ideia de que o governador gaúcho é um dos nomes mais promissores do País e que reúne qualidades fundamentais para ocupar o cargo mais alto da República. Em seguida, o presidente do PSD também mencionou outro possível presidenciável da legenda, o atual governador do Paraná, Ratinho Júnior.
“A sorte do PSD e a sorte do Brasil é que os dois ainda serão presidentes da República, porque são muito jovens e preparados”, prosseguiu Kassab. Em declarações anteriores à imprensa, Kassab deixou claro que a escolha entre Leite e Ratinho para uma eventual candidatura ao Palácio do Planalto será baseada no “peso político” de cada um.
Ele também antecipou que, se ambos os nomes avançaram nesse plano, a decisão será tomada internamente pela direção nacional do partido, sem a necessidade de realização de convenções partidárias formais. Nos bastidores, porém, sabe-se que o PSD também monitora a movimentação de outros líderes.
Um deles seria o governador paulista Tarcísio de Freitas. Caso ele decida concorrer ao comando do Executivo federal, o PSD estaria disposto a apoiá-lo oficialmente, abrindo mão de projeto próprio.